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Parlasul quer integrantes com mandato parlamentar

Até que se realizem eleições diretas, os integrantes do Parlamento do Mercosul (Parlasul) devem ser "legisladores nacionais com mandatos vigentes outorgados pelo voto popular", segundo proposta do Parlasul ao Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão máximo do bloco, aprovada nesta segunda-feira (13), em Montevidéu, Uruguai.

A decisão final sobre tema caberá ao Conselho de Ministros do CMC, composto por ministros das Relações Exteriores e da Economia dos países do Mercosul. É que as decisões do Parlasul ainda não têm força de lei. O órgão máximo do bloco reúne-se ainda esta semana, em Foz do Iguaçu.

Outra medida para garantir que os parlamentares do Mercosul estejam no exercício de mandatos eletivos é a extensão, até 31 de dezembro de 2014, da etapa de transição para a implantação do parlamento. Antes dessa data, todos os países do bloco – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – devem promover eleições diretas específicas para o preenchimento das vagas do Parlasul, os chamados deputados nacionais.

Conforme o Protocolo Constitutivo do Parlasul, para concorrer ao Parlasul, o candidato não pode desempenhar mandato ou cargo legislativo ou executivo nos Estados Partes". As Disposições Transitórias, porém, estabelece que, para a primeira etapa de transição – que terminaria em 31 de dezembro de 2010 – os Parlamentos nacionais – Senado e Câmara dos Deputados – estabelecem as formas de escolha de seus parlamentares entre seus legisladores.

A recomendação ao CMC também prorroga por quatro anos o período de transição, uma vez que não se realizaram as eleições previstas para a Argentina, Brasil e Uruguai. Dessa forma, estende-se também o período durante o qual cada parlamento nacional enviará a Montevidéu, sede do Parlasul, uma representação composta por deputados e senadores. Além disso, a declaração aprovada estipula que os integrantes de cada representação deverão ter "mandatos vigentes outorgados pelo voto popular".

Eleições diretas

Presente à sessão em Montevidéu, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que concorda com a proposta. Em sua opinião, a indicação de parlamentares não eleitos pelo voto popular para integrar a representação brasileira a partir de 2011 poderia ser considerada um "retrocesso" em relação ao que existe atualmente. Para ele, será importante garantir a realização de eleições diretas no Brasil em 2012.

Segundo o parlamentar argentino Mariano West, que também participou da reunião, "não é possível" que façam parte do Parlasul representantes não eleitos para seus respectivos parlamentos nacionais.

Segundo acordo político confirmado na mesma reunião, até que se realizem as eleições, a Argentina passaria já no ano que vem de 18 a 26 parlamentares e o Brasil, de 18 a 37. Após as eleições, a representação argentina terá 43 parlamentares, enquanto a brasileira será composta por 75. Paraguai e Uruguai manterão os atuais 18 parlamentares por país.

As eleições estão previstas para 2011 na Argentina e para 2012 no Brasil. O Paraguai já elege diretamente seus representantes e o Uruguai ainda não fixou data para as eleições.

De Brasília
Com Agência Senado