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"A História vencerá", diz Assange sobre documentos diplomáticos

Procurado pela Interpol, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, respondeu a perguntas de leitores do jornal britânico The Guardian nesta sexta-feira (3). Em um chat promovido pelo site da publicação, ele falou sobre o papel desempenhado por sua organização no cenário global, sobre o esforço jornalístico realizado por suas fontes e disse que "a História vencerá".

Questionado sobre a possibilidade de que as atividades do WikiLeaks tenham colocado a vida de pessoas em risco, Assange foi categórico. "WikiLeaks tem uma história de quatro anos de publicações. Durante esse período não há informações — mesmo de organizações como o Pentágono — de que uma única pessoa tenha se machucado como resultado de nossas atividades", afirmou.

Ele disse ainda que sempre acreditou que o WikiLeaks poderia assumir uma posição de destaque no cenário global. "Eu pensei que levaríamos dois anos ao invés de quatro para sermos reconhecidos dessa forma. Ainda temos muito o que fazer. As ameaças às nossas vidas são um assunto público, no entanto, estamos assumindo as precauções necessárias, pois estamos lidando com grandes poderes".

O fundador do WikiLeaks, que atualmente é procurado pelo Interpol por conta de supostos crimes de agressão sexual ocorridos na Suécia e que ele nega, está vivendo, aparentemente, no sudeste da Inglaterra e acredita que será "impossível" retornar a seu país.

"Sou cidadão australiano e tenho muitas saudades do meu país. No entanto, durante as últimas semanas, a primeira-ministra australiana, Julia Gillard, e o procurador-geral, Robert McClelland, deixaram claro não apenas que o meu retorno é impossível, mas que estão trabalhando de forma ativa para ajudar o governo dos Estados Unidos em seus ataques contra mim e contra nossa equipe", indicou Assange.

Uma das perguntas publicadas no The Guardian foi de uma pessoa que disse ser um ex-diplomata britânico. Assinando apenas como "JAnthony", o leitor fez uma longa explanação sobre como a segurança diplomática foi essencial para resolver o conflito nos Bálcãs. Por fim, perguntou a Assange: "Por que não responsabilizá-lo quando uma próxima crise internacional não for resolvida por problemas diplomáticos?"

Assange simplesmente se limitou a dizer: "Se você cortar a vasta carta editorial relativa à questão proposta, eu ficarei feliz em lhe dar a minha atenção".

Assange também recebeu demonstrações de força dos internautas do Guardian. Um leitor identificado como "Daithi" disse que "a história vai absolver" o líder do WikiLeaks. Em seguida exclamou "Well Done!!!" ("Bom trabalho!!!"). Outra pessoa, depois de dizer que Assange começou algo "que ninguém pode parar", afirmou que a comunidade da Eslováquia o apoia".

Assange disse ainda que recebe "muitos emails bizarros" de pessoas que dizem ter visto extraterrestres. Ele disse que nenhum deles cumpriu regras básicas para a publicação pelo WikiLeaks. "No entanto, é interessante notar que em algumas partes dos arquivos do WikiLeaks que ainda serão publicados há referências sobre Ovnis", respondeu o fundador da organização.

"A História vencerá"

Na última pergunta, um internauta perguntou qual é o plano do WikiLeaks para continuar funcionando, já que os grandes serviços de hospedagem vêm sofrendo pressões governamentais para retirar os documentos do ar. "Quais são as alternativas para você esconder o material? Há uma 'segunda frente' de ativistas posicionados para continuar a campanha?", perguntou o leitor.

Assange disse que os arquivos do WikiLeaks foram distribuídos encriptados para cerca de 100 mil pessoas em vários países, e que se algo acontecer com os membros da organização, as partes principais desse material podem ser rapidamente divulgadas. "O arquivo está nas mãos de múltiplas organizações. A História irá vencer. O mundo será elevado a um lugar melhor. Nós vamos sobreviver? Isso depende de você", profetizou.

Fonte: Portal Terra