PCdoB aprova resolução pela paz e contra a OTAN

Na reunião do Comitê Central realizada em SãoPaulo no último fim de semana (26, 27e 28), o Partido Comunista do Brasil aprovou documento em defesa da paz e pelo desmantelamento do pacto agressivo do Atlântico Norte, hegemonizado pelo imperialismo norte-americano e potências europeias.

Reunida em Lisboa, Portugal, entre os dias 19 e 20 de novembro, a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte – Otan, o principal instrumento militar das grandes potências imperialistas, aprovou um “novo conceito estratégico” para a aliança.

A Otan é hoje a principal máquina de guerra a serviço do imperialismo estadunidense e seus aliados europeus. Com um orçamento de mais de dois terços dos gastos militares de todos os países do mundo, além de mais de 70 armas nucleares táticas a sua disposição, mais poderosas que as usadas no ataque a Hiroshima, a Otan está envolvida em quase todas as guerras em curso na atualidade, sendo ela própria, contrariamente à sua retórica, o principal instrumento de desestabilização internacional, de ameaça às nações soberanas e à paz no mundo. Entre as recentes e principais ações criminosas da Otan estão os ataques à ex-Iugoslávia e as atuais guerras contra o Iraque e o Afeganistão.

O chamado “novo conceito estratégico” é em essência outorgar à Otan um mandato para uma atuação em nível global, muito além das fronteiras de seus membros. O novo conceito institui atuais e novos pretextos para as suas ações agressivas, como a segurança energética, a prevenção de cyber ataques, a proliferação de armas nucleares, o “terrorismo” internacional, o narcotráfico, as mudanças climáticas, e as migrações, entre outros. Além disso, envolve a constituição de um escudo antimíssil na Europa.

Para o Partido Comunista do Brasil, a consolidação do “novo conceito estratégico” para a Otan está relacionado com um panorama mais geral, de crises e transformações que o mundo vive hoje. É parte deste panorama a crise econômica estrutural pela qual passa o sistema capitalista, com grande repercussão nos EUA e países europeus, e a política de guerra cambial e comercial estabelecida recentemente pelos EUA.

Por isso, transformar a Otan em uma força policial de atuação global é parte da estratégia do imperialismo de evitar a emergência e a consolidação de países e uniões de países que buscam um desenvolvimento independente e com soberania, a exemplo da América do Sul e Latina, e que para isso necessariamente precisam contestar a hegemonia das potências imperialistas e a atual ordem internacional injusta. Em momentos de crise e de disputa de hegemonia o imperialismo sempre busca fazer demonstrações de seu poder de fogo, de ameaça e de efetivo uso da força militar contra os povos e nações.

Diante da estratégia de expansão da Otan, a América do Sul vê-se ameaçada pelos reiterados esforços que a “Aliança Atlântica” faz para tentar “cooperar” com a segurança das pacificas águas do Atlântico Sul e utilizar as ilhas Malvinas, ocupadas ilegalmente pelo Reino Unido, como base para suas operações. Os interesses da Otan em nossas águas são claros: as vastas reservas de petróleo descobertas em águas do Atlântico Sul pelo Brasil, além de posicionar seus navios de guerra em uma rota de fluxos comerciais que cresce em importância.

O Partido Comunista do Brasil – PCdoB, repudia a Otan e seu “novo conceito estratégico”, e reafirma ser esta aliança inimiga da paz e da soberania das nações. Ao mesmo tempo, os comunistas do Brasil apóiam com firmeza a atitude do governo brasileiro de rechaçar todo e qualquer tipo de presença da Otan em águas do Atlântico Sul e solidarizam-se com as forças antiimperialistas e amantes da paz, que protagonizaram as jornadas de luta contra a OTAN que realizaram-se neste 20 de novembro em Portugal e em outras partes do mundo.

O Comitê Central do Partido Comunista do Brasil

Com informações da Secretaria de Relações Internacionais do PCdoB