Sem categoria

Assassinatos de moradores de rua em Alagoas continuam sem solução

Seis meses após o registro da primeira, das 32 mortes de moradores de rua em Maceió, os crimes ainda são um mistério para a Polícia Civil de Alagoas. Até agora, duas pessoas foram presas e mais uma considerada foragida acusadas de participação em 3 assassinatos. Os três inquéritos foram encaminhados à Justiça. Os outros seguem sendo investigados.

Os dois últimos corpos foram encontrados na Ponta Verde, área nobre da capital, no dia 31 de outubro e 15 de novembro. Junto com Jatiúca e Pajuçara, são os três bairros — todos de classe alta — que concentram a maioria dos crimes.

A delegada Rebecca Cordeiro, que assumiu as três investigações, descarta a existência de grupos de extermínio. "Ou foi por acerto de drogas ou disputa de pontos de tráfico. Nada com grupos de extermínio", garante.

Mais de dez delegados em Alagoas dividem as investigações. Nesta segunda-feira (22), o delegado Geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco, entrega ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) o resultado de parte das investigações sobre as 32 mortes. O Ministério Público Estadual e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que acompanham as investigações, dizem que faltam pistas conclusivas para se afirmar que se trata de uma onda de "limpeza social" ou étnica.

Grupos de extermínio comandados por policiais

Já a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) não tem dúvidas: "As mortes são causadas por grupos de extermínio, comandados por policiais", disse o secretário nacional de segurança, Ricardo Balestreri. A Senasp reforçou a quantidade de homens da Força Nacional e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos enviou representantes ao estado.

O caso mais recente aconteceu no dia 15 de novembro. A 32ª moradora de rua assassinada foi Monique Camile dos Santos, de 21 anos. A jovem foi morta a tiros e teve o corpo arrastado para um bueiro. Ela tinha casa, mas segundo a mãe, acabou viciada em drogas e escolheu morar na rua no inicio do ano.

De acordo com o IBGE, Maceió tem 312 moradores de rua, 60 deles crianças. Metade dessas pessoas é do interior ou de outros estados nordestinos, como Pernambuco e Bahia.

Fonte: Terra