15º Farmapolis aponta desafios

Com a plenária final do III Fórum de Educação Farmacêutica, encerra neste domingo, 14 de novembro, em Florianópolis, o Farmapolis 2010, uma promoção conjunta do Sindicato dos Farmacêuticos, do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina e Associação Brasileira de Ensino Farmacêutico. Diferentes idiomas, sotaques e pontos de vista uniram vozes pelo avanço da classe farmacêutica.

A 15ª edição do encontro dos farmacêuticos brasileiros e do mercosul com a saúde e a educação reuniu mais de mil estudantes e profissionais de diferentes áreas de atuação. Como desafio, procurou traçar o cenário profissional e político da profissão farmacêutica na próxima década e também marcou os 25 anos de reconstrução do Sindicato dos Farmacêuticos de Santa Catarina.

Veja a entrevista com a presidente do 15º Farmapolis e do Sindicato dos Farmacêuticos, Caroline Junckes da Silva.

Que papel cumpriu o 15º Farmapolis?

A 15ª edição do Farmapolis cumpriu o objetivo de apontar rumos para orientar a nossa ação política como categoria para os próximos momentos, considerando os desafios e oportunidades que nos aguardam. Ele sensibilizou para a importância da reflexão e ação coletiva dos farmacêuticos. Também marcamos os 25 anos da reconstrução do SindFar, e isso foi importante porque nos possibilitou resgatar uma recente e rica história de luta farmacêutica no estado de Santa Catarina. Uma história que precisa ser conhecida e reconhecida porque serve de exemplo para a atuação militante de todo profissional farmacêutico.

Qual cenário aguarda o farmacêutico nos próximos dez anos?

Para começar, nos aguarda a implantação de novas regras sanitárias e um novo governo. Temos expectativas boas da continuidade de um governo que avançou enormemente as políticas farmacêuticas. Teremos também uma senadora representante dos farmacêuticos que pode articular em nosso nome no senado, mas que não terá força para fazer nada sozinha. Precisamos respaldar a sua atuação sensibilizando os outros senadores, enviando ofícios, cartas, fazendo visitas para explicar as nossas reivindicações. Precisamos enfim fazer o papel de eleitores, cobrando a realização do que favorece a categoria e a sociedade.

Como transcorreu a integração do Farmapolis com o III Fórum de Educação Farmacêutica?

Foi fundamental integrar a discussão de toda a temática do Farmapolis com o III Fórum porque apontou a necessidade de avaliar a implementação das novas diretrizes curriculares e também o seu impacto para o mundo do farmacêutico no trabalho. Foram momentos muito ricos para os professores, que puderam trocar experiências, e isso oportuniza amplificar as soluções. Quando várias pessoas sentam para pensar na solução de um problema, ela surge mais fácil. Hoje temos uma quantidade muito grande de competências que precisam ser desenvolvidas num período curto de graduação, e os professores foram formados numa outro modelo pedagógico. Só conseguiremos avaliar o real impacto das novas diretrizes curriculares um pouco mais adiante, mas precisamos fazer o melhor até lá.

Qual foi o grande chamado do 15º Farmapolis?

Ficou evidente que todos os desafios que temos a enfrentar para atingir os nossos objetivos tornam urgente a necessidade de união da categoria. Isso ficou claro em todas as discussões. Precisamos atuar de modo corporativista com as entidades para lutar pelos nossos objetivos. Sozinhas, as entidades que representam os farmacêutico não são nada. Temos vários projetos tramitando no congresso nacional que atacam os nossos problemas: projeto que prevê evolução do salário para patamar equivalente a dez salários mínimos, que prevê jornada de trinta horas, que prevê a transformação da farmácia em estabelecimento de saúde. Mas os projetos percorrem um caminho longo e dependem essencialmente do nosso apoio para serem aprovados. Precisam que nos mobilizemos e que mostremos para a sociedade que são importantes.

De que espaços o profissional e o estudante de Farmácia dispõem para participar da vida da categoria?

Dos encontros propostos pelas entidades de classe, como sindicatos, conselhos, associações. Precisamos contar com a participação ativa dos farmacêuticos nas assembleias sindicais, nas plenárias e cursos de formação. É preciso trazer para as organizações as angústias e alternativas que surgem das conversas com os colegas. Muitas das mudanças que precisamos dependem de mudança na legislação e esse processo requer pressão.

fonte: http://www.farmapolis.org.br