Contra Direita e o Fundamentalismo:votar no Brasil é votar em Dilma

Não se pode colocar o fato de haver segundo turno apenas no fator religioso, embora a campanha suja dos tucanos tenha surtido algum efeito. Por Wellington Duarte*

É evidente que a maioria dos brasileiros se mostrou favorável à continuidade do projeto que vem sendo desenvolvido no Brasil, mas no segundo turno as coisas voltam à estaca zero, ou seja as forças mais progressistas tem que refazer a estratégia para derrotar uma direita que foi fragorosamente derrotada nas eleições parlamentares, mas que tenta, a todo custo, barrar a vitória que aponta para Dilma.

Ontem a pesquisa DataFolha apontou 54,0% dos votos válidos para Dilma, contra 46,0% de Serra. E me parece que a campanha de difamação, calúnia e mentiras irá continuar e se acirrará caso as pesquisas mantenha essa distância até o final da campanha. Não se pode subestimar o poder do Partido da Imprensa Golpista (PIG), liderada pela Folha de São Paulo, o Estado de São Paulo, O Globo, a Rede Globo e suas ramificações pelo Brasil afora e que conta com a militância da famigerada Tradição, Família e Propriedade (TFP), da ultra-direitista Opus Dei e de figuras reacionárias do mundo religioso como o pasto Malafaya, famoso pelo chiliques e saltitos nas suas "apresentações" na tv. Todos unidos contra a coalizão de centro-esquerda que quer continuar rumo ao desenvolvimento.

Mas a militância dessa coalizão deve ter paciência. Lula é quase um ícone e Dilma ainda provoca uma certa desconfiança. Conversando com uma amiga ontem ela foi taxativa :" Serra jamais!". Mas seu voto em Dilma é recalcitrante e porque não dizer, temeroso. "Será que ela vai continuar a obra de Lula?" questionou a amiga.

Acho que esse é o centro da questão no segundo turno. Mostrar às pessoas que o Brasil, nestes oito anos, saiu da falência para assumir uma posição de liderança no mundo e, ao lado disso, promoveu uma redistribuição de renda inigualável. É esse Brasil que precisa continuar a crescer. Com Serra a volta das privatizações, a "seca" orçamentária para as universidades públicas e uma "des-política" social é quase certa.
 

*Wellington Duarte é Professor do Departamento de Economia da UFRN
Diretor de Política Sindical da ADURN
Diretor de Política Educacional da CTB-RN
Membro do Diretório Municipal do PCdoB-Natal
Membro do Diretório Estadual do PCdoB
Conselheiro do CORECON-RN