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Indústria da falsificação funciona a todo vapor na Rússia

"A procuradoria geral da Rússia entregou nesta semana à Polônia 20 volumes com dados relacionados ao caso da execução dos oficiais poloneses em Katyn. No comunicado das autoridades russas, se menciona que em maio já tinham sido dadas ao governo polonês 6 caixas com 72 quilogramas, a primeira parte dos documentos deste caso". Artigo publicado no Rizospastis, jornal do comitê central do PC da Grécia.

Dessa maneira, o governo burguês russo contribui para a campanha anticomunista e antisoviética que se desenvolve na Europa. Neste marco, a execução de oficiais poloneses na floresta de Katyn, em 1941, se atribui às autoridades socialistas soviéticas e não às tropas nazistas, tal como foi demonstrado pelo número de provas colhidas à época (balas alemãs que se encontravam nos cadáveres, corda de fabricação alemã com a qual haviam atado as mãos de muitos poloneses, os relatórios forenses que provam que essas pessoas tinham sido assassinadas no outono de 1941, e não em 1940).

Nas memórias do próprio Göbbels se menciona que a prova das balas alemãs deveria ser mantida em segredo, porque poderia provocar o colapso do caso Katyn. Este caso foi montado pelos nazistas depois de sua derrota em Stalingrado, em fevereiro de 1943 e depois, sobretudo depois da derrocada do socialismo, foi utilizado pelos imperialistas.

De fato, apesar das palavras solenes sobre as 6 caixas com os 72 kg, aos quais se somam agora os "20 volumes", o único documento que se revelou à mídia, com assinaturas de líderes do governo soviético, foi declarado como falsificação por uma comissão de especialistas.

As próprias autoridades russas se negaram a entregar o original deste documento à Corte Constitucional no processo contra o Partido Comunista da União Soviética, em 1993, a partir do momento que o então deputado do PC da Federação Russa (PCFR), Victor Ilyuhin, denunciou a instalação de uma indústria de falsificação de documentos, com a finalidade de caluniar o período em que Josif Stálin foi chefe do Estado soviético.

Há que levar em conta um detalhe. Por casualidade, a entrega destes documentos à procuradoria polonesa coincidiu com a petição da Rússia pela extradição do separatista tchetcheno Ahmed Zakayev, que está preso agora na Polônia. Os tais 20 volumes de arquivo falsificado têm o mesmo peso que sua extradição para a Rússia?

Fonte: Solidnet