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Evento sobre futuro do Brasil prevê queda na taxa de juros

O Brasil pode ter uma taxa real de juros de 2% até 2014. A afirmação foi feita pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, na abertura do 10º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos(ENEE), nesta quarta-feira (22), em Brasília. O evento, promovido pela Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, reúne representantes do setor público e privado para debater assuntos estratégicos do País no presente e no futuro.

O evento, que prossegue até sexta-feira (24), atende os objetivos do governo brasileiro de construir políticas de Estado mais consistentes, ampliar a transparência do debate nacional sobre questões relevantes para o país e incluir a sociedade na formação de uma agenda no tema.

“Trata-se de examinar os principais desafios, identificar ameaças e explorar oportunidades de ação, com vistas a fornecer subsídios aos planejamentos de médio e longo prazos nos setores público e privado. Trata-se, também, de se promover um diálogo nacional sobre os interesses nacionais”, diz o texto de apresentação do evento.

Economia saudável

A tendência de queda na taxa de juros real, descontado o índice de inflação, cuja previsão para 2010 é de 5,8%, deve continuar ao longo da década. "O mundo está trabalhando com taxas baixas para os próximos anos, o que permite ao Brasil convergir para um patamar menor. Além disso, o País tem tido ganho de produtividade interno, que permite o crescimento econômico sem aumento da inflação", disse Barbosa.

Ele falou também sobre as medidas que estão sendo adotadas pelo governo para evitar uma apreciação exagerada do real. Para ele, apesar de não haver um grande problema na questão cambial, o atual contexto que envolve a capitalização da Petrobras, exige uma atuação no sentido de conter variações expressivas na cotação da moeda.

"O governo tem atuado para evitar uma volatilidade muito grande", afirmou o secretário. Segundo ele, existe um cuidado com o câmbio, mas esse não deve ser o único parâmetro para a avaliação da saúde da economia brasileira. "O câmbio é importante, mas existem outros fatores que determinam a competitividade da economia", completou.

Sobre a exploração do petróleo da camada do pré-sal, Barbosa rechaçou a possibilidade de o País sofrer da chamada "doença holandesa" devido à importância que o pré-sal terá nas exportações e na determinação da taxa de câmbio. "O Brasil terá oportunidade de investir os recursos do petróleo internamente, sem prejudicar outros setores. O café não impediu a industrialização do País e o petróleo não vai impedir o nosso desenvolvimento", afirmou.

Agenda nacional

O tema geral do evento é “Rumo a 2022: estratégias para a segurança e o desenvolvimento do Brasil”. O debate se divide em quatro eixos do Plano Brasil 2022: Estado, Economia, Sociedade e Infraestrutura. E reúne autoridades governamentais, servidores públicos, especialistas, acadêmicos, militares, estudantes, representantes de organizações não governamentais e do setor privado, ampliando a transparência do debate nacional sobre assuntos estratégicos e a participação da sociedade brasileira na formação dessa agenda brasileira.

As atividades se desenvolvem por meio de painéis e mesas redondas. Os painéis são apresentados por ministros de Estado e nas mesas-redondas – cinco para cada eixo -, os expositores aprofundarão os debates sobre as agendas expostas pelos ministros. A conferência de encerramento será proferida pelo ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, na sexta-feira (24).

De Brasília
Com agências