Metalúrgicos encerram greve após conquista de 9% de reajuste

Nesta segunda-feira (20/9), os metalúrgicos da Bahia retomaram suas atividades após aprovação do reajuste salarial de 9%. A proposta, apresentada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, representa um aumento de 4,24% acima da inflação do período, pondo fim a uma greve que já durava 13 dias.

Para a Federação dos Metalúrgicos – FETIM, que coordena os sindicatos de base, a greve terminou de forma vitoriosa. “É um dos maiores reajustes conquistados em todo o país. Diante do cenário que se apresentou para os trabalhadores, e até mesmo em comparação com a realidade da categoria em outros estados, é, sem dúvida, um avanço importante”, afirmou o presidente da entidade, Antônio Viana Balbino.

A paralisação envolveu, ao todo, 65 empresas de Salvador e Região Metropolitana. Somente no Complexo Ford, em Camaçari, onde estão empregados cerca de 10 mil trabalhadores, 27 fábricas aderiram ao movimento grevista, acarretando num prejuízo diário de mil carros, que deixaram de ser produzidos. “Os trabalhadores se mostraram determinados e sem medo de enfrentar até mesmo as tentativas de intimidação de algumas empresas, que chamaram a Polícia Militar com a intenção de desestabilizar o movimento. Essa adesão em massa foi fundamental para conquistarmos um acordo vitorioso”, defendeu Balbino.

O acordo também garantiu a renovação de todos os pontos da Convenção Coletiva, que envolve os direitos trabalhistas relativos à estabilidade financeira, proteção às doenças ocupacionais, prêmio por antiguidade e aposentadoria, hora extra, entre outros. Quanto aos dias parados, ficou estabelecido que metade será abonada pelas empresas e a outra metade será descontada dos trabalhadores em até cinco meses, sem incidência sobre qualquer direito, como férias ou participação nos resultados. “Consideramos uma vitória, porque as empresas estão cada vez mais com uma posição política de querer que os trabalhadores paguem todos os dias de greve, e o próprio Judiciário também vem tendo esse entendimento”, pontuou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Aurino Pedreira.

As negociações com as empresas ainda seguem, mas envolvendo questões relativas a cada entidade em pontos como plano de cargos e salários, jornada de trabalho e implementação de novos benefícios sociais, a exemplo da cesta básica e plano de saúde. “Para cada empresa, temos uma pauta específica à luz daquilo que elas não oferecem ou, se oferecem, o fazem em condições precárias. Porque a Convenção Coletiva trata da categoria como um todo, e tem empresas onde existe um potencial maior de oferecer melhores condições para o trabalhador”, explica Pedreira.

Da redação local, com informações da Ascom/Sindicato dos Metalúrgicos