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Afinal, qual será o impacto do caso Erenice na campanha de Dilma?

Na semana que começa, três institutos devem divulgar novas pesquisas sobre a eleição presidencial. Vão captar o eventual impacto do suposto caso de tráfico de influência na Casa Civil, que culminou na última quinta-feira (16) com a saída da titular da pasta, Erenice Guerra.

Há certo consenso entre os marqueteiros e analistas petistas e tucanos: se não houve alteração nas pesquisas além das margens de erro nesta semana, será difícil a disputa presidencial não ser definida já no dia 3 de outubro – a favor de Dilma Rousseff (PT), cnforme mostram todos os institutos.

O Vox Populi deve divulgar os resultados na quinta-feira (23). Na mesma data, o Datafolha termina entrevistas de sua nova sondagem e já pode divulgar os dados. Já o Ibope tende divulgar seu estudo na sexta-feira (24), mesmo dia em que termina de entrevistar os eleitores.

Segundo análise do cientista político Rafael Cortez, da consultoria Tendências, Dilma só deve perder de dois ou três pontos nas pesquisas de intenção de voto divulgadas a partir desta semana. Esse cenário não contempla uma reviravolta no jogo eleitoral, o que quer dizer que Dilma ainda se manterá favorita na corrida à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Na pior das hipóteses, as denúncias que envolvem uma figura de tamanha confiança de Dilma (Erenice) podem levar a eleição para o segundo turno. Mas esse não é um cenário esperado, porque Dilma ainda tem muita gordura para queimar no que diz respeito à intenção de votos”, pondera Cortez.

O cientista político crê que, diferentemente do episódio de violação de sigilos fiscais de pessoas ligadas à cúpula do PSDB, a denúncia que culminou na demissão de Erenice terá impacto no eleitorado que não costuma acompanhar o noticiário político. “Vamos ver esse movimento começar também entre os eleitores menos esclarecidos e de menor renda, porque é um episódio mais fácil de ser traduzido para o jogo eleitoral.”

Já Alberto Almeida, do Instituto Análise, crê que o caso Erenice não terá impacto algum, já que o governo evitou que mais problemas se instalassem no centro do poder. Em 2006, no episódio dos aloprados, Lula se manteve com os 50% da pesquisa Ibope. Seu candidato direto, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), é quem subiu, conseguindo levar a disputa para o segundo turno. “Agora é diferente – o governo agiu com rapidez.”

Para o jornalista Fernando Rodrigues, a “demissão de Erenice é jogada de alto risco”. Mas ele próprio se questiona: “Haverá impacto eleitoral? Possivelmente não, pois a exemplo do episódio da quebra de sigilos fiscais de tucanos, esse novo escândalo é complexo e de difícil compreensão. Só as próximas pesquisas, daqui a uma semana, poderão dizer se opção de Lula e do governo foram boas ou ruins do ponto de vista eleitoral para Dilma”.

Da Redação, com agências