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Denuncismo da oposição não cola em Dilma, que mantém 51%

A candidata à Presidência, Dilma Rousseff, manteve, pela terceira pesquisa consecutiva, o índice de 51% de intenções de voto, segundo levantamento Ibope/Estado/TV Globo. Se a eleição fosse hoje, ela venceria no primeiro turno. Nas últimas duas semanas, Marina Silva subiu um pouco e Serra oscilou para baixo. O resultado da sondagem mostra que a estratégia da oposição de tentar vincular Dilma a denúncias de quebra de sigilo fiscal e tráfico de influência não está funcionando.

Pesquisa Ibope 17/09

O candidato do PSDB variou de 27% para 25%, patamar mais baixo desde o início da campanha eleitoral. Ele tem agora menos da metade do índice da adversária petista. Já Marina atingiu, pela primeira vez, um índice de dois dígitos no Ibope: subiu de 8% para 11%.

Os movimentos coincidem com a tentativa tucana de utilizar eleitoralmente a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao partido. O assunto tem sido tema central da campanha de Serra, pai de uma das vítimas. Ele levou o caso ao programa eleitoral e, em debates e entrevistas, tenta – pelo visto sem sucesso – atrelar Dilma ao episódio. Marina também cobrou explicações e providências do governo em relação ao caso.

A pesquisa foi feita ainda após a denúncia de envolvimento do filho da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, em um suposto esquema de tráfico de influência que beneficiaria empresas privadas com interesses no governo. Para que o assunto possa ser esclarecido, a ministra pediu afastamento do cargo na quinta-feira – terceiro e último dia em que os pesquisadores do instituto estiveram em campo.

Com esse resultado, Dilma seria eleita no primeiro turno se a eleição fosse realizada hoje, com 58% dos votos válidos – excluídos os nulos e em branco e os eleitores indecisos.

A três semanas da eleição, a pesquisa mostra aumento da expectativa de vitória da petista: para 72%, ela será a sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – há duas semanas, eram 69% os que faziam essa previsão. Os que acreditam em uma vitória de Serra eram 17% e caíram para 14%. Os índices de rejeição se mantiveram inalterados: 19% para Dilma e 26% para Serra.

Sexo, renda e escolaridade

Marina teve o maior crescimento, e Serra a maior queda, entre os eleitores com escolaridade superior – em tese, os mais bem informados sobre as denúncias. Nessa faixa, a candidata do PV cresceu oito pontos porcentuais, chegando a 21%. Já o tucano caiu de 36% para 30%, enquanto Dilma permaneceu com 36%. A leitura possível é a de que, quanto mais bate em Dilma, pior para o postulante tucano.

No segmento com renda mais alta, acima de cinco salários mínimos, a preferência por Serra caiu de 34% para 29%, enquanto a por Marina subiu de 13% para 19%. Dilma, nessa faixa, oscilou de 39% para 40%.

Na divisão do eleitorado por gênero, Marina subiu quatro pontos entre as mulheres (de 8% para 12%) e três entre os homens (de 7% para 10%). Dilma manteve seus percentuais, enquanto Serra passou de 28% para 25% no segmento feminino e de 27% para 24% no masculino.
Geografia do voto

A divisão por regiões mostra que o candidato do PSDB perdeu eleitores no Sudeste: passou de 31% para 24% em duas semanas. No mesmo período, Dilma subiu, chegando a 48%, o dobro do índice de intenção de voto do principal adversário. Marina, na região que concentra a maior parcela do eleitorado, passou de 10% para 14%.

A candidata do PV dobrou o número de simpatizantes no Sul, de 5% para 10%. Na região, Serra se manteve com 35% e Dilma oscilou de 44% para 42%.

A candidata do PV só não subiu com índice superior ao da margem de erro no Nordeste, onde aparece com 7% – tinha 6%. Dilma continua líder disparada entre os nordestinos, com 66% das preferências, mesmo patamar da pesquisa anterior, Serra variou de 18% para 16%.

A Região Norte/Centro-Oeste foi a única em que Dilma caiu, de 55% para 46%. Já o candidato do PSDB subiu, de 25% para 30%. Marina também cresceu, de 8% para 13%.

Na pesquisa espontânea – a que mostra os votos mais consolidados, pois os eleitores manifestam suas preferências antes de ler a lista de candidatos, Dilma chegou a 44%, mais do que o dobro de Serra (19%). Marina subiu de 5% para 9%.

Recorde de Lula

O Ibope também avaliou o grau de satisfação do eleitorado com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para 80%, a gestão é ótima ou boa – é a primeira vez que o Ibope detecta um número tão alto. Apenas 4% da população considera o governo ruim ou péssimo.

Entre os que têm avaliação positiva do governo, 61% se mostram inclinados a votar em Dilma, e apenas 19% no principal candidato da oposição.

Vox Populi

O instituto Vox Populi também divulgou nova pesquisa de intenções de voto, divulgada nesta sexta e encomendada pela TV Bandeirantes e pelo portal de internet iG. A sondagem mostra resultado quase igual ao Ibope. Nela, a candidata Dilma Rousseff aumentou para 27 pontos percentuais a vantagem sobre José Serra.

A petista aparece com 51% das intenções de voto, enquanto o tucano tem 24%. Na mostra anterior, apresentada no dia 17 de agosto, a diferença entre os dois candidatos era de 16 pontos: Dilma tinha 45% e Serra estava com 29%. Também de acordo com o Vox Populi, se as eleições fossem hoje, Dilma venceria a disputa no primeiro turno, levando em conta os votos válidos.

A candidata do PV, Marina Silva, aparece nessa pesquisa com 8%, o mesmo porcentual registrado nade agosto. Os demais candidatos não chegaram a 1% das intenções de voto. O total de votos brancos e nulos é de 5% e 11% não sabem ou não responderam em quem vão votar. A TV Bandeirantes não divulgou o cenário da pesquisa em um eventual segundo turno.

A pesquisa foi realizada com 3.000 eleitores entre os dias 11 e 14 de setembro. A margem de erro é de 1,8 ponto porcentual para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o protocolo número 30.235/2010.

Com agências