Mercados centrais são exemplos de organização

 Há 10 anos a mudança pela qual passou o mercado central de Aracaju, com a revitalização total da área ocupada pelos feirantes, marcou também o início de uma relação de consumo mais exigente. Os consumidores lançaram um novo olhar frente à organização do espaço, enquanto os comerciantes foram, ao longo do tempo, mudando sua postura com relação à manutenção, limpeza e higiene do local.

 Atualmente, esse avanço é digno de elogios tanto por parte dos turistas quanto do povo aracajuano. "Tem turista que chega hoje aqui depois de cinco anos e fica impressionado ao ver que muita coisa mudou para melhor", registra o supervisor dos mercados centrais, Arnaldo Andrade.

Com uma área ampla e um número de visitantes que cresce a cada dia, os mercados centrais necessitam de organização, manutenção, conservação e zelo diários. Para realizar essas atividades, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) monta um planejamento de serviços para atender com eficiência o grande centro de abastecimento da cidade.

A manutenção dos mercados ocorre de forma constante a depender da necessidade. "Atualmente estamos iniciando um trabalho de engenharia para reforçar as grades laterais da rampa de acesso ao segundo piso do Mercado Albano Franco. Além disso, está em manutenção o quadro de distribuição de energia do local", informa a gerente de abastecimento da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Silvana Gomes.

Ao todo, são 87 trabalhadores atuando na fiscalização do espaço público, agentes responsáveis pela limpeza – que compreende varrição, recolhimento de lixo, limpeza dos banheiros públicos, dedetização e lavagem -, além de eletricistas e encanadores. "Temos também que destacar a importância de manter a limpeza do local e, principalmente, a necessidade de que todos os frequentadores do mercado cooperem com isso", destaca Silvana. Por mês são investidos nesse serviço cerca de R$ 158 mil.

Limpeza

Segundo Arnaldo Andrade, semanalmente todo o piso do mercado é lavado. "Aos domingos, no período da tarde, uma equipe lava o piso com uma máquina própria, utilizando sabão geleia e cloro para higienizar o local", explica. Ele conta que a limpeza do mercado é realizada de maneira constante e os agentes percorrem todos os corredores recolhendo o lixo produzido no local.

Além das atividades diárias, a PMA realiza serviços de pintura na área. "Temos que conservar toda a estrutura externa para mantê-la sempre bonita e original. Nosso maior desafio é o combate às pichações. Em toda a área, investimos R$ 1.190, que são utilizados para adquirir 17 latões de tinta, com 18 litros cada", relata Daniel Sales, arquiteto da Emsurb.

De acordo com o presidente da Emsurb, Fábio Silva, os mercados são administrados levando em consideração não apenas o seu abastecimento, mas também os aspectos relacionados às tradições culturais e ao turismo. "Os mercados centrais integram a arquitetura do Centro Histórico de Aracaju e fazem parte do dia a dia do aracajuano. Além disso, possuem grande valor histórico e, habitualmente, são frequentados não só por turistas, como também pelos que aqui residem", destaca.

Comerciante

"Isso aqui é nosso trabalho. Não tem porque ficar esperando pelo pessoal da limpeza. Se eu vejo que próximo à minha banca tem lixo, eu vou lá e recolho", diz Hildo do Nascimento, proprietário de uma lanchonete localizada nos mercados centrais. A frequência de clientes no local e a grande quantidade de lixo produzido fez com que o comerciante instalasse lixeiras em frente ao seu ponto comercial. "Foi a solução que encontrei, quando percebi que as pessoas jogavam tudo no chão", declara Hildo.

A preocupação com a limpeza e a organização do local fez com que a lanchonete de Hildo se tornasse uma referência nos mercados. "O meu diferencial é o cuidado de manter o local limpo e vender lanches de qualidade. Há pouco tempo, passei a utilizar canudos protegidos com embalagem plástica e isso já chama a atenção dos clientes", enfatiza o comerciante.

No setor de roupas e acessórios do Mercado Albano Franco, a limpeza impressiona quem passa pelo local. A comerciante Nadja Oliveira conta que a primeira observação do cliente é a respeito da manutenção do espaço. "Se a pessoa perceber que tem sujeira ou muita bagunça na porta da loja, ela nem entra", afirma.

Foi pensando no aumento das vendas que Nadja incentivou outros comerciantes a adotar uma postura diferente. "Sempre fui muito rigorosa com a limpeza. Meus vizinhos perceberam como isso era importante e, com o passar do tempo, mudaram de atitude. O ideal seria que todos os comerciantes aqui do mercado dessem mais atenção a isso, porque o resultado é positivo para todos", ressalta Nadja.