Seminário discute agrotóxicos e divulga pesquisas

O uso de agrotóxicos e os efeitos na saúde e no meio ambiente são assuntos que estarão na mesa de debates do Seminário Estadual de Agrotóxicos, que a Secretaria da Saúde do Estado realiza nesta sexta-feira, 10, no hotel Mareiro, Avenida Beira Mar, 2380.

Numa ação intersetorial, envolvendo, além da Sesa, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, o Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o objetivo é a promoção da saúde do ambiente e dos trabalhadores nas atividades de produção agrícola e também dos consumidores. Serão divulgadas, durante o seminário, pesquisas sobre a utilização de agrotóxicos. Participarão representantes dos municípios, Coordenadorias Regionais de Saúde, sindicatos de trabalhadores rurais, de Organizações. Governamentais e profissionais de saúde. No encerramento do seminário haverá a divulgação de uma carta de compromisso em defesa da terra, da saúde e da vida.

Agrotóxicos são produtos químicos usados na lavoura, na pecuária e mesmo no ambiente doméstico. O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Somente no ano passado, foram vendidas 725,6 mil toneladas dessas substâncias no país, movimentando US$ 6,62 bilhões, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). No Ceará, o Planalto da Ibiapaba e o Vale do Jaguaribe têm sido os focos mais visíveis do elevado consumo de agrotóxicos, utilizados nos alimentos produzidos nessas duas regiões. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), foram registrados no Ceará, em 2008, 297 casos de intoxicação por agrotóxicos de uso agrícola e doméstico, com 14 óbitos.

Desde 2009, em parceria com o Ministério da Saúde, são realizadas análises sistemáticas de amostra de alimentos comercializados nos supermercados da Grande Fortaleza. No ano passado foi constatado que somente três produtos – manga, banana e laranja – apresentaram índices adequados da presença de agrotóxico para consumo humano. Das 135 amostras de alimentos analisadas pela Vigilância Sanitária, de várias culturas provenientes do interior do Ceará, 40 apresentaram índices insatisfatórios quanto ao índice mínimo de agrotóxicos. O campeão de toxicidade quando da realização das análises foi o pimentão. Os resultados do PARA comprovam a utilização ilegal de agrotóxicos em culturas onde geralmente ocorrem índices elevados de exposição de pequenos e médios produtores a esses agrotóxicos.

Em dezembro de 2009, realizou-se a 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental, organizada em conjunto pelos ministérios da Saúde, do Meio Ambiente e das Cidades. Os delegados aprovaram propostas que tratam dos agrotóxicos: implementar a produção e o consumo agroecológico, eliminando o uso de agrotóxicos; atuar sobre os riscos relacionados aos processos de trabalho, tal como a exposição a essas substâncias; exigir receituário específico para minimizar e controlar sua aquisição e sua aplicação.

Segundo a OMS, 3% dos trabalhadores expostos a agrotóxicos sofrem algum tipo de intoxicação. Estima-se que, anualmente, ocorram cerca de 3 milhões de casos agudos no mundo, mais de 700 mil casos de efeitos adversos, como distúrbios neurológicos, além de cerca de 80 mil casos de câncer e 220 mil mortes.

Programação do Seminário

Fonte: Assessoria de imprensa da Sesa