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Hondurenhos realizam greve cívica contra ofensiva neoliberal

Milhares de pessoas se mobilizaram no último dia 7 em nível nacional no marco da "greve cívica" convocada pela Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), para repudiar e "exigir que se detenha esta ofensiva neoliberal contra os pobres".

De acordo com a Frente, além de Tegucigalpa, houve atividade resistente em San Pedro Sula, Choluteca, Copan, El Progreso, La Ceiba, Colon Comayagua, Catacamas, Tela e Danlí.
As demandas das organizações populares, integradas na FNRP, são também "a) O aumento do salário mínimo; b). O aumento geral para os funcionários públicos; c) A rejeição às leis que o regime de fato promove para impulsionar o trabalho temporário e por horas; d) A eliminação da lei de investimento público-privado; e) A solidariedade com a luta dos trabalhadores da UNAH; f) A defesa do decreto 18-2008, que dá certas garantias aos campesinos; g) O rechaço à privatização dos recursos naturais, que se oculta de modo enganador atrás da fachada de produção de energia renovável".

Na capital, os manifestantes se concentraram nas imediações da Universidade Pedagógica Nacional Francisco Morazán (UPNFM) e da Universidade Nacional Autônoma de Honduras (UNAH), que se encontra militarizada por ordens da reitora Julieta Gonzalina Castellanos.

Acompanhados pela militância do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), as juventudes em resistência tomaram o Boulevard Suyapa por mais de quatro horas, enquanto os afiliados às centrais trabalhadoras o fizeram no Boulevard América-Central por igual número de horas.

Uma vez mobilizados para o Congresso Nacional (CN), grupos de jovens, causaram alguns distúrbios que afetaram três edifícios de propriedade dos meios de comunicação promotores do golpe de Estado.

Os meios afetados foram o Canal Cinco, propriedade do empresário José Rafael Ferrari membro do grupo de empresários que participou no golpe, de igual maneira foi afetado o edifício de Rodrigo Wong Arévalo, um conhecido jornalista, ator importante na execução do rompimento constitucional. Também foi danificado o edifício onde se localiza o comissionado de direitos humanos.

Em um comunicado entregue hoje pela FNRP, denunciou que a oligarquia está demonstrando quais foram os motivos para dar o golpe de Estado de 28 de junho de 2009, contra o Presidente Manuel Zelaya Rosales.

Essas razões são "continuar ilimitadamente a contração de riquezas a partir do roubo do trabalho e dos recursos das grandes maiorias" através da aprovação de leis como a do emprego temporário ou por hora, que destruiria de fato o Código do Trabalho, produto da grande greve de 1954.

A Frente reiterou uma vez mais que todos os atos deste regime de Porfírio Lobo Sosa, são ilegítimos e ilegais porque se impõem desde poderes do Estado sequestrados por uma classe privilegiada na contramão da vontade do povo.

A FNRP deixa claro que as reivindicações populares são parte fundamental de sua agenda, e anuncia que se mobilizará sempre que se atente contra elas, mas expressa que para dar-lhe solução aos problemas estruturais da sociedade e deter definitivamente as injustiças que se dão no sistema capitalista neoliberal se deve avançar para a refundação do país.
Considera que "devemos avançar para a refundação do país, de seu sistema econômico, das leis que o regem e dos valores que se impõem para perpetuar a exploração" "para conseguir a instalação da Assembleia Nacional Constituinte é o primeiro passo para a transformação, por isso não descansaremos até consegui-la", afirma a Frente em comunicado dirigido à população hondurenha.

A mobilização terminou na praça La Merced, conhecida a partir do golpe de Estado como a Praça da Resistência, onde anunciaram uma grande mobilização para o próximo 15 de setembro, dia em que se celebra a independência do Reino da Espanha.

Fonte: Rede Morazânica de Informação e Adital