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Desfile oficial e ato dos movimentos marcam 7 de setembro

Sob sol forte, o desfile de 7 de Setembro este ano em Brasília teve as tradicionais atrações que empolgam o público, como a pirâmide humana do Batalhão de Polícia do Exército, que se equilibra em cima de uma moto, e a Esquadrilha da Fumaça. Em São Paulo, a chuva comprometeu a programação do Grito dos Excluídos. Porém, não impossibilitou que líderes de movimentos sociais e sindicatos se reunissem para reivindicar uma "nova independência" para o país.

7 de setembro - Antonio Cruz/ABr

Diante do público estimado em 35 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, passaram no desfile oficial em Brasília alunos de escolas militares e escolas públicas, homens da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, além de tanques e carros de combate. O desfile deste ano incluiu grupos culturais.

A exemplo dos anos anteriores, a parada foi dividida em duas partes, uma civil e uma militar, em que se apresentaram cerca de 3,5 mil pessoas. Ao todo, foram 107 viaturas, 50 motocicletas e 250 cavalos.

Militares que combateram no passado, os veteranos que lutaram na 2ª Guerra Mundial, também marcaram presença no desfile, além de ex-integrantes da Força de Paz que estiveram em operações da Organização da Nações Unidas (ONU).

Cultura Popular

Como o tema da Semana da Pátria deste ano é Cultura Popular como Ferramenta para a Promoção da Paz, houve um bloco do desfile que representou a diversidade das manifestações culturais brasileiras. A capoeira, o bumba meu boi e o carnaval foram lembrados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou uma sombrinha como as usadas pelos dançarinos de frevo e passou o presente para dona Marisa Letícia.

Assistindo ao desfile da arquibancada, Zenaide Oliveira aprovou o tema escolhido para este ano. “ Fiquei encantada, muito organizado, muito bonito. Achei uma riqueza. E o tema também foi muito propício para o momento – a paz, a valorização da diversidade cultural”.

A falta de chuvas e a baixa umidade relativa do ar em Brasília fizeram com que a desidratação e as dores de cabeça fossem os problemas mais comuns entre as pessoas atendidas nos postos de saúde espalhados ao longo da Esplanada dos Ministérios. Até as 11h, foram feitos 65 atendimentos.

Desfile prestigiado

Cerca de 15 ministros marcaram presença na tribuna ao lado do presidente Lula. Também compareceram o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), César Peluso, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, e o governador de Brasília, Rogério Rosso.

Aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) cruzaram o céu durante o desfile e, ao final, os sete aviões da Esquadrilha da Fumaça fizeram acrobacias e desenhos. A apresentação aérea arrancou aplausos do público, como atesta Maria Tereza. “Achei a festa maravilhosa. Adorei a Esquadrilha da Fumaça e a cavalaria”.

Grito dos Excluídos

No dia 7 desetembro, realiza-se também o Grito dos Excluídos, atividade organizada por movimentos sociais para debater os rumos do país no dia da independência. O 16º Grito dos Excluídos fez nesta terça-feira (7) uma passeata paralela ao desfile do 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. O tema foi Onde Estão os Nossos Direitos? Vamos às Ruas Para Construir um Projeto Popular. A estimativa da organização do evento é que mil pessoas tenham participado da passeata.

De acordo com o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Edson Francisco da Silva, um dos focos da manifestação é a defesa da moradia, da distribuição de terra e do emprego. “Os empresários têm muita terra, o governo também e vai tudo para as empresas”, disse.

Movimentos estudantis e pastorais sociais ligados à Igreja Católica também marcaram presença na marcha, que seguiu até o Congresso Nacional.

Em São Paulo

Juntos em um ato promovido na Praça da Sé, centro da capital de São Paulo, militantes enfrentaram o mau tempo e pediram o rompimento do país com políticas voltadas para o mercado. Reivindicaram também mais atenção dos governos federal, estadual e municipal para os vários problemas da população.

Sob chuva

O ato deste ano foi o 13º promovido em São Paulo e o 16º no país. Antes das chuvas, a previsão era de que o movimento reunisse cerca de 3 mil pessoas e percorresse os 6 quilômetros entre a Praça da Sé e o Parque da Independência. Com a chuva, pouco mais de uma centena de pessoas participou da manifestação, que neste ano teve como lema a pergunta "Onde Estão Nossos Direitos?".

"A situação foi adversa, mas pessoas vieram", disse Paulo César Pedrini, coordenador da Pastoral Operária Metropolitana de São Paulo. "Precisamos de um novo grito de independência". "Uma das principais reivindicações do Grito neste ano é o estabelecimento de um limite de tamanho para as propriedades rurais", complementou ele. "Por isso, apoiamos o plebiscito sobre o tema."

Plebiscito

O plebiscito citado por Pedrini é organizado por movimentos sociais. Seu resultado servirá de base para uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para fixação de uma área máxima para as propriedades rurais do país. A votação começou no dia 1º e termina hoje.

Da redação, Luana Bonone, com Agência Brasil e Diário do Grande ABC