Jazz e orquestra sinfônica na Feira do Livro

Quem visitou a Feira na noite do último domingo, não só conferiu uma vasta programação como ainda pôde encontrar figuras importantes da música, da literatura e do jornalismo nacionais.

O cartunista Ziraldo, criador de um dos mais populares personagens infantis do país, o "Menino Maluquinho", participou de concorrida sessão de autógrafos no espaço infantil da feira.

O jornalista Caco Barcellos foi uma das atrações mais aguardadas da noite. Convidado especial do Encontro Literário, que teve apresentação de Adelaide Oliveira, ele conversou com o público sobre como ser um bom repórter, ética no jornalismo e seus livros-reportagem: "Rota 66", que fala sobre a violência policial no Estado de São Paulo, e "Abusado", que trata das corporações criminosas que comandam o tráfico de drogas no Rio de Janeiro.

Para Caco Barcellos, não há segredo nem fórmula para se fazer uma boa reportagem. Tudo depende do envolvimento do repórter e de conquistar a confiança do entrevistado: "é preciso respeitar o pior bandido do país da mesma maneira como você respeita o presidente da república", afirmou. Ainda segundo o jornalista, a mesma ética que vale para o cidadão comum deve valer para o jornalista. "Não vale usar de recursos ilegítimos para conseguir uma reportagem", criticou, dando como exemplo o repórter que compra uma carteira de habilitação falsa para provar que existe corrupção em determinado órgão de trânsito.

Barcellos falou também sobre sua trajetória profissional, sobre o programa "Profissão Repórter", exibido atualmente na emissora de TV Globo e do qual é idealizador, e sobre os trabalhos investigativos que resultaram em seus livros. Para escrever "Abusado", o autor frequentou por cinco anos o morro Dona Marta e conviveu com traficantes do Comando Vermelho. "Aprendi coisas que nunca imaginava que fosse descobrir", disse.

Ao final da conversa, o jornalista exibiu um vídeo com uma amostra de seu trabalho no programa televisivo e participou de uma sessão de autógrafos. "Achei muito interessante a participação dele na feira porque o jornalismo que ele faz não é do tipo sensacionalista. Ele mostra uma realidade que não é comprometida com determinadas posições dentro da sociedade", afirmou a pedagoga Márcia Gemaque.

A noite no Hangar foi encerrada com três shows musicais, que lotaram a área externa. As apresentações contaram com a cantora Alba Maria, a Orquestra Juvenil de Violoncelistas da Amazônia, cujo repertório incluiu Beatles e o heavy metal da banda norte-americana Metallica, e, encerrando o dia, a cantora paraense Leila Pinheiro, com um show em homenagem ao cantor e compositor Renato Russo. "Vim por causa da Leila Pinheiro, mas estou achando os outros shows excelentes", disse o funcionário público Alexandre Dias.

Mais informações sobre a feira em: http://www.feiradolivro.pa.gov.br.

Fonte: Portal do Governo doEestado do Pará