FHC magoado: Nem Serra defende seu governo na campanha
O ainda maior vulto do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tem confidenciado, para interlocutores próximos, estar magoado por não ver seus oito anos de mandato exaltados na campanha de Serra.
Publicado 29/08/2010 14:48
“Ele gostaria de ver as teses do governo dele sendo defendidas”, diz outro integrante do partido.
Serra chegou ao vexame de fazer propaganda na TV "lulo-petista" mostrando fotos ao lado do presidente Lula, enaltecendo o adversário; sem levar ao ar qualquer menção a FHC, o que deve ter atiçado a inveja e rancor do vaidoso ex-presidente.
Mesmo em aparições públicas de Serra, em debates ou comícios, FHC não está presente.
Para o cientista político e professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Carlos Melo, Serra e o PSDB correm o risco de saírem menor do que entraram nas eleições: “Lula perdeu várias eleições, mas nunca perdeu politicamente, porque ele sempre firmou posição. Na política, você tem que deixar claro quem é você e qual a sua história. O partido deveria reconhecer que o governo FHC, embora não seja um sucesso de público, foi um sucesso de crítica” (referindo-se à crítica favorável da imprensa demo-tucana).
O cientista político da Universidade de São Paulo (USP) Rubens Figueiredo repete as críticas feitas meses atrás por Dilma Rousseff, ao chamar a campanha de José Serra de "biruta de aeroporto":
“Não se constrói uma ideia de partido se não se passa para a sociedade uma postura. De dia, o PSDB critica Lula. À noite, afaga o presidente, e não defende aquilo que o próprio PSDB fez. É como uma biruta de aeroporto, que ninguém entende para onde vai.”
Porém 10 entre 10 marqueteiros, afirmam que a associação à FHC seria negativa, porque lembra mais uma época de desemprego e arrocho, com o Brasil quebrando 3 vezes, o apagão do racionamento elétrico, decadência internacional, e baixa auto-estima.
A melhor lembrança do eleitor quanto àquele período é o Plano Real, porém executado no governo Itamar Franco, passa a impressão de que o eleitor já deu 2 mandatos ao PSDB por conta do plano, e ele não andou para frente, desde 1994. A estabilidade econômica foi boa pelo fim da inflação, mas depois de 1998 a estabilidade passou a significar estabilidade da pobreza, e ninguém consegue ver virtude na falta de prosperidade, na falta de mobilidade social para cima.
A partir de 2003, com o governo Lula, além de recuperar a estabilidade econômica (que já dava sinais de descontrole em 2002), houve prosperidade e ascensão social para a maioria dos brasileiros, sobretudo das classes C, D e E.
Sob os holofotes, o ex-presidente não admite a mágoa, e minimiza sua ausência ao lado do candidato tucano.
O presidente do partido, Sérgio Guerra (PSDB/PE), diz que a atuação de FHC se dá nos bastidores. “Nenhuma decisão importante do partido acontece sem ele. Ele é o que mais colabora com o partido”, mostrando que Serra, na verdade, continua andando na garupa de FHC, apenas de forma escondida do grande público.
Guerra não descarta a aparição do ex-presidente no programa eleitoral. O blog dá o maior apoio à aparição de FHC na TV pedindo votos para Serra.
Fonte: Blog Os amigos da presidente Dilma, com informações do do Correio Braziliense