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Luta pela liberdade: nossa herança africana retratada em painéis

Foi inaugurada nesta sgeunda-feira (26), na área externa do Hotel Royal Tulip de Brasília, a exposição Luta pela liberdade: nossa herança africana, que recompõe parte significativa da rota do tráfico de escravos para a América do Sul, chamando a atenção sobre a necessidade de preservação de bens culturais como cidades, localidades e referências patrimoniais que dão um testemunho contundente sobre um dos maiores crimes cometidos contra a humanidade.

A iniciativa é do Fundo para o Patrimônio Mundial Africano, e evidencia os fortes laços e influências culturais entre a África e o Brasil, onde aportaram cerca de 3,6 milhões de escravos, entre os séculos XVI e XVII, oriundos de diversas regiões do continente africano, sendo que grande parte desse contingente negro desembarcou na cidade do Salvador, capital da Bahia (BR), um dos macro-pontos destacados na rota reconstituída pela mostra.

Roteiro do flagelo

Além da cidade do Salvador do Brasil, que integra a lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), recompõem o trajeto do tráfico humano as ilhas de Robben Island (África do Sul), Goreia (Senegal) e Moçambique (Moçambique); as localidades de Ouidah (Benin), Apraavasi Ghat (Ilha Mauricia) e Volta (Gana); as cidades de Mombasa (Quênia), Grande Acra (Gana) e Cidade Velha (Cabo Verde); e fortes e castelos de regiões centrais e orientais de Gana.

Para falar sobre a mostra e temáticas associadas, foram convidados Themba Wakashe, presidente do Conselho de Administração do Fundo para o Patrimônio Mundial Africano e diretor-geral do Departamento de Arte e Cultura do Ministério da Cultura da África do Sul; Christina Cameron, patronesse do Fundo para o Patrimônio Mundial Africano; e o presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo.

Contexto

Luta pela liberdade: nossa herança africana está inserida na programação da 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, aberta no domingo, no Teatro Nacional de Brasília, com uma memorável exposição viva do patrimônio imaterial do Brasil. Depois do evento, que vai até 3 de agosto, os painéis serão expostos na Fundação Cultural Palmares, onde permanecerão durante todo o mês de setembro, como parte do acordo de cooperação entre o Fundo para o Patrimônio Mundial Africano e a FCP.

A mostra sobre a rota do tráfico de escravos africanos foi exposta pela primeira vez durante os jogos da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, onde as reproduções dos painéis permanecem, na cidade do Cabo, e de onde seguem para a Ilha Goréia (ou Gorée, no Senegal), a Etiópia e a Espanha. A expectativa é de que Luta pela liberdade: nossa herança africana chame a atenção dos membros do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco sobre a necessidade de preservação destes valiosos bens culturais.

Serviço

O quê: Mostra Luta pela liberdade: nossa herança africana.
Quando: Até 03/08/10.
Onde: Área externa do Hotel Royal Tulip de Brasília
Endereço: SHTN, Trecho 1, Conjunto 1B, Bloco C
Tels.: (61) 3424-7000 – Fax: (61) 3424-7001