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PSB propõe a Dilma governo com "papel hegemônico" da esquerda

Sob uma chuva de pétalas de rosas, a candidata a presidente Dilma Rousseff foi recebida em triunfo no seminário “Brasil — Desenvolvimento e Inclusão Social”, organizado pelo PSB, no Hotel Nacional, em Brasília. No evento, lideranças socialistas entregaram a Dilma as propostas do PSB para um programa de governo da coligação "Para o Brasil Seguir Mudando".

Dilma no PSB

O documento — um livreto de 38 páginas, editado pela Fundação João Mangabeira —tem como tese central "a necessidade de construção de um projeto nacional". O PSB propõe que o governo conduzido por Dilma tenha caráter popular-desenvolvimentista, em que a esquerda tenha "papel hegemônico". O foco é no desenvolvimento com inclusão social — binômio repetido pela campanha de Dilma.

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Também se sugerem maiores investimentos no desenvolvimento tecnológico, elevando-se o programa espacial e nuclear a prioridades estratégicas. O partido defende a ampliação da atual malha energética com investimentos maciços na pesquisa das fontes eólicas e solar, bem como a construção de novas usinas nucleares.

Na questão educacional, o PSB deseja ampliar o investimento em educação pública, a fim de atingir 10% do PIB até 2014. O programa defende a construção de uma sociedade fundada no combate à desigualdade, atuando como agente do desenvolvimento.

Entre as propostas, destacam-se a redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução dos direitos dos trabalhadores, e o fortalecimento dos movimentos sociais. Nesse quesito, o PSB cita, especificamente, o MST, defendendo o aumento do diálogo, o fim da repressão e o reconhecimento no "atraso na promoção da reforma agrária".

No âmbito da política fiscal, os socialistas defendem o controle dos gastos públicos com meta de resultado nominal zero. Sustentam a necessidade de uma reforma tributária, que "compreenda a taxação extra das grandes fortunas e desonere o consumidor na ponta". Na esfera da política monetária, o PSB reivindica "juros internos convergindo para as taxas internacionais" — e, ainda, juros diferenciados quando destinados a investimentos que assegurem o aumento da produção ou a criação de emprego.

O PSB ainda sublinhou que Dilma será “herdeira e continuadora” das conquistas dos dois governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, o partido ressalva que o governo Dilma precisa considerar um novo contexto internacional. “Terá como pano de fundo o panorama internacional perigosamente conturbado por guerras e grave crise sistêmica do capitalismo.”

Debates nas regiões

O presidente do PSB, Eduardo Campos, destacou que o programa faz uma reflexão sobre os valores socialistas. “Não estamos lhe passando a mão só um programa — mas o resultado de nossas reflexões mais caras, mais importantes, que aguardam os valores históricos de todos os socialistas. É uma reflexão sobre o futuro do Brasil e do mundo”, disse Campos, ao entregar o programa a Dilma.

O conteúdo das propostas é resultado de uma série de seminários realizados, em todas as regiões brasileiras, pelo PSB. “É a compilação de todos os debates regionais, dos encontros da sociedade civil com a política”, explicou Campos.

Dirigindo-se diretamente a Dilma, Eduardo Campos — que também é governador de Pernambuco — garantiu: “A sua campanha é a campanha do PSB. A militância do nosso partido fará sua campanha no país inteiro, em todos os estados — inclusive naqueles em que os palanques estarão divididos”.

Dilma disse que encaminhará as sugestões que lhe foram entregues pelo PSB e agradeceu o carinho dos militantes. “Quero agradecer essa militância valorosa, homens e mulheres de garra”, discursou Dilma.

Sobre os planos para Educação, a candidata disse que é preciso valorizar e ouvir os professores. No plano econômico, Dilma lembrou que a Copa do Mundo de futebol de 2014 no Brasil, a Olimpíada de 2016 no Rio, o Pré-sal e o PAC 2 farão com que o país tenha um nível elevado de investimentos na infraestrutura.

Com três governadores, dois senadores e 29 deputados federais, o PSB é uma das dez legendas que integram a coligação “Para o Brasil Seguir Mudando”. Tradicional aliado do PT, o partido integrou o governo nos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dirigindo o Ministério de Ciência e Tecnologia e a Secretaria Especial de Portos.

Da Redação, com agências