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Eleições 2010: a sanha manipuladora e golpista da imprensa

Diferente de todas as eleições presidenciais desde 1989, 2010 revela uma disputa acirrada entre governo e imprensa, levando-se em conta que 2006 já mostrara esse cenário, em 2010 já se pode vislumbrar o enfretamento mais radical de um ocupante da presidência da república contra os meios de comunicação, na disputa eleitoral pela continuidade de seu projeto político.

por Cláudio Ribeiro no blog Palavras Diversas

Os grupos de comunicação que dominam o espaço privilegiado do noticiário estão e sempre estiveram, na história recente do país, ao lado de grupos políticos conservadores, levantando informativos que beneficiem suas imagens e faça "colar" junto ao eleitorado a figura da "melhor escolha para a nação" ou como a elite age para orientar o povo sobre o que é melhor "para todos".

Jornais impressos como O Globo, FSP e Estadão estão no núcleo que coordena os ataques ao presidente Lula e sua candidata à sucessão, Dilma Roussef. Quem lê suas manchetes percebe que esses veículos de comunicação tem como ofício, quase unânime, buscar o controverso onde não há, criar constrangimentos e manufaturar fatos, com objetivo claro de desconstruir o governo e sua candidata, para mostrar por outro lado que a candidatura oposicionista representa "a melhor escolha para a nação". Veja e Época, também participam do consórcio, fabricando capas para serem repercutidas nos noticiários da TV por âncoras "legitimados de credibilidade" e utilizadas como pedras no estilingue na propaganda eleitoral da oposição.

A estratégia da vez é calar o presidente, impedí-lo de emitir opinião e exercer seu direito político de escolha. Usam o argumento capenga de uso da máquina pública em favor de uma candidatura…Mas opinião pessoal é uso de máquina pública? FHC não comparecia a comícios e dava entrevistas defendendo Serra em 2002? Qual é o problema agora? Em 2002 FHC era um presidente decaído, sem popularidade, suas falas mais afugentavam o eleitor do que o atraía para Serra. Hoje Lula tem a sua popularidade no ápice, seu discurso atrai e influencia positivamente a candidatura de Dilma Roussef, apesar da guerrilha de factóides que enfrenta diariamente nos noticiários impressos, radiodifundidos ou televisivos. Aí está a pedra no sapato de quem não aceita ser vencido e recorrer à artifícios golpistas da censura.

Opinar não é crime, nem para o presidente da república, nem para os jornais, a diferença está na hipocrisia de quem usa seus espaços para propagar suas escolhas políticas e não aceita que ousem discordar publicamente sobre essas escolhas. Lula enfrenta, finalmente, de frente o poder desses grupos, amparado em sua popularidade, desafia os "formadores de opinião" sem precisar "falar baixo" ou se calar diante dos "fatos", até o momento tem conseguido superar o muro do preconceito, a desinformação intencional e o ódio editorialista do pensamento (pretenso) único.

Qual é a novidade nisso?

Nenhuma, é um fato repetidas vezes utilizado que, exceto 2006, sempre logrou êxito. A desinformação sistemática, massiva e histérica promovida pela imprensa conservadora não encontrava barreiras na disputa de idéias, não havia o espaço para a discordância, o pensamento alternativo. Era o discurso político contra "os fatos da imprensa", e é claro, construíam no imaginário popular o rótulo: se a "imprensa publica é porque só pode ser verdade".

O monopólio das versões, ou simplesmente o da verdade, desaba frente a uma realidade construída pela possibilidade viável de se acessar informação alternativa à dos grandes grupos de comunicação: a internet. As opiniões não parecem apenas se valer dos rótulos desses veículos de desinformação para prevalecer como a "versão predominante", as versões hoje se misturam e as opções de narrativa e análise dos fatos são múltiplas e convivem, mesmo que caoticamente, em um espaço democrático de busca e acesso à informação.

O apelo demasiado pela histeria e desinformação, combinada entre os grupos dominates da imprensa tradicionalmente conservadora, já apresenta sinais de fadiga e começa a ruir. Pesquisa recente encomendada pela SECOM (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) mostra que o poder da internet emerge no cenário eleitoral e também no cenário cotidiano, como um espaço alternativo à busca pela informação confiável, em contraponto ao descrédito do leitor em relação ao noticiário da imprensa, as pessoas já não crêem incondicionalmente nas "verdades supremas" desses agentes políticos e econômicos travestidos de comunicadores. A radicalização de ataques e parcialidade mostra ao leitor o jogo que praticam e para quem agem.

Os blogs independentes, desvinculados dos grandes portais de internet, ganham espaço e credibilidade sólidas, o contraponto se dá nesse lugar de combate ao pensamento único imposto pelas grandes corporações de mídia. O que é ditado pela imprensa como "tendência irreversível", pode ser rebatido como manipulação pelos blogs, melhor: as pessoas podem analisar fatos concretos e encontrar vestígios sobre o que é informado e formar sua opinião embasada em informação e não mais ser desinformadas nos rótulos de produtos sem conteúdo algum, dissociado da realidade vigente.

Fonte: Blog Palavras Diversas