PCdoB participa da chapa majoritária no Ceará

Em entrevista ao Vermelho/CE, o presidente estadual do PCdoB Carlos Augusto Diógenes (Patinhas) fez um balanço do cenário político eleitoral e destacou a atuação do Partido na construção das alianças.

Passadas as convenções e registros de candidaturas, o presidente estadual do PCdoB cearense Carlos Augusto Diógenes analisou a disputa para estas eleições. “Diferentemente do cenário nacional quando há cerca de três meses já estavam definidas as candidaturas de Dilma (PT), Serra (PSDB) e Marina (PV); no Ceará apenas agora, no final de junho, foram acertados os nomes para a disputa”, relembra Patinhas.

Segundo o dirigente comunista, o cenário é bastante favorável às forças democráticas e progressistas. “E o PCdoB permanece atuante trabalhando pela unidade entre os Partidos, defendendo a base do Governo Cid Gomes e buscando ampliar forças com o apoio de novas legendas, como o PDT, PTB, dentre outros”, ratifica Patinhas.

Carlos Augusto avalia que a chapa majoritária composta por Cid Gomes (PSB) como candidato a reeleição ao Governo do Ceará com o vice Domingos Filho (PMDB) e os dois candidatos ao Senado Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT), expressa grande unidade entre todos os Partidos que a apoiam. “Esta unidade está selada. A campanha será conjunta e terá agenda única. Neste cenário, analisamos que estão criadas as condições de Cid ser reeleito já no primeiro turno”, aposta.

O PCdoB cearense confirma a participação do Partido na composição da chapa majoritária. “Ficamos com a segunda suplência de José Pimentel. Luis Carlos Paes, presidente do Comitê Municipal de Fortaleza, sindicalista e funcionário do Banco Central, certamente irá desempenhar grande papel na campanha aglutinando movimentos sociais e sindicais em torno da vitória de toda a chapa. A escolha de seu nome deu-se em consenso entre Partidos e candidatos sempre na ótica da realização de um trabalho em conjunto”, explica o presidente estadual do PCdoB.

Eunício Oliveira (PMDB) terá como primeiro suplente o jornalista e ex-secretário de governo da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, Waldemar Catanho (PT), e ocupando a segunda suplência, o empresário Miguel Dias (PRB). Já o ex-deputado federal e presidente do PSB de Fortaleza, Sérgio Novais, será primeiro suplente de José Pimentel (PT) e Luis Carlos Paes (PCdoB) será segundo suplente.

Direita em declínio

Patinhas acredita que as condições também estão criadas para a derrota de Tasso Jereissati, cacique do PSDB no Ceará. “Lógico que a disputa é quem dirá, mas este cenário também é bastante favorável e completamente possível”, defende.

Com um breve histórico, Patinhas relembra que, desde 2006, o Ceará vive um processo de transformação política após as eleições do governador Cid Gomes e do senador Inácio Arruda (PCdoB). “As forças da direita estão gradativamente perdendo espaço no Estado. O DEM é inexpressivo no Ceará e o PSDB está em declínio”, considera. O partido tucano já chegou a ter o governo do estado, senadores, 10 deputados federais e 28 deputados estaduais. Atualmente, o PSDB corre o risco de não reeleger Tasso ao Senado, só tem dois deputados federais e 13 deputados estaduais. “Para 2010, a tendência é perder a vaga de Senador; quando muito eleger dois deputados federais e reduzir sua bancada na Assembleia Legislativa praticamente à metade, elegendo no máximo cinco deputados estaduais”, contabiliza.

De acordo com Carlos Augusto, o primeiro governo de Cid Gomes foi uma transição onde o PSDB ainda participou encabeçando duas secretarias (Turismo e Justiça). Marcos Cals, candidato tucano ao Governo do Estado, era o Secretário de Justiça até abril deste ano. “Com o confronto que deverá acontecer durante a campanha, podemos dizer que o segundo governo de Cid Gomes terá outra tonalidade política, sem a presença do PSDB. Além disso, acreditamos que os partidos que defendem Cid Gomes irão eleger a maior bancada na Assembleia Legislativa”, considera.

Diante deste cenário, Patinhas prevê perspectivas positivas de progresso para o Ceará. “Com as grandes obras já em andamento e as que estão prestes a serem iniciadas, nos próximos quatro anos o Ceará viverá outra fase de desenvolvimento e apresentará um cenário bem superior ao que existia no final do governo tucano, encabeçado por Lúcio Alcântara, também candidato ao Governo do Estado, desta vez pelo PR”.

Eleições Proporcionais

O dirigente comunista lamentou a decisão do TSE de proibir o uso da imagem dos presidenciáveis em coligações majoritárias que aglutinassem partidos que apoiassem diferentes candidatos. Por conta disso, explica Patinhas, os Partidos decidiram tomar medidas para reorganizar o mapa das coligações.

“Neste sentido, o mapa ficou totalmente diferente do que antes havia sido planejado”, justifica. Na coligação para deputado federal, informa Carlos Augusto, o PCdoB sairá com PSB, PMDB, PDT, PRP e PSC. “Nosso objetivo é eleger Chico Lopes e João Ananias. Assim, dobraremos nossa bancada na Câmara Federal”, projeta.

Já para as eleições de deputado estadual, o PCdoB se alia ao PSC e, juntos, lançam 33 candidatos, sendo 24 candidaturas comunistas. “Nossa intenção também é dobrar a bancada comunista na Assembleia Legislativa, elegendo dois deputados estaduais”, ratifica.

De Fortaleza,
Carolina Campos