Servidores do Judiciário de SP decidem manter greve
Em assembleia realizada nesta quarta-feira, os servidores do Judiciário do Estado de São Paulo decidiram manter a greve da categoria. Eles estão com as atividades paralisadas desde o dia 28 de abril e reivindicam uma reposição salarial de 20,16%.
Publicado 24/06/2010 10:45 | Editado 04/03/2020 17:18
Segundo a Polícia Militar, cerca de 600 grevistas se concentraram hoje no Fórum João Mendes, na região central, de onde seguiram em passeata até o Pátio do Colégio. O trânsito na região foi prejudicado. Na próxima quarta, haverá uma nova assembleia.
Em entrevista, o secretário Luiz Antonio Guimarães Marrey (Casa Civil) afirmou que o governo de São Paulo "não pode interferir na greve do Judiciário". A declaração é uma resposta ao próprio TJ (Tribunal de Justiça), que alegou aos servidores não poder dar a reposição salarial pedida por eles por não dispor de verba.
O TJ não dispõe de autonomia financeira, e o Orçamento de 2010 feito pelo Judiciário foi cortado em mais de R$ 2 bilhões pela Assembleia, cuja maioria apoia o governo, barrando inclusive CPIs que investiguem o governo do estado.
Marrey disse que nenhum aumento pode ser dado aos servidores porque feriria a lei de responsabilidade fiscal e a lei eleitoral. Segundo ele, a greve é feita por um movimento "truculento e autoritário". Paradoxalmente, o secretário não descarta o uso da força policial para retirar os manifestantes que tem feito piquetes no Fórum João Mendes, caso o TJ venha a pedi-lo. "Não há que se ter medo de exercer autoridade num regime democrático." Marrey é hilariante.
Da redação, com FSP.