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Como a juventude se tornou prioridade no governo Lula

A aula inaugural do programa ProJovem Urbano no Ceará, que ocorre nesta semana, consolida uma marca incontestável do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: os esforços da gestão federal para elevar o protagonismo da juventude.

Por André Cintra

O ProJovem Urbano é uma das modalidades do Programa Nacional de Inclusão de Jovens, criado no governo Lula. Seu objetivo, segundo o site da iniciativa, é “elevar o grau de escolaridade visando ao desenvolvimento humano e ao exercício da cidadania, por meio da conclusão do ensino fundamental, de qualificação profissional e do desenvolvimento de experiências de participação cidadã”.

Pode parecer uma pretensão modesta, mas, conforme declaração de Lula ao jornal O Povo, reflete e simboliza a atenção da gestão federal com os cerca de 50 milhões de jovens do país. “Durante muitas décadas, o Estado brasileiro foi omisso, deixando a juventude fora de suas prioridades. Todo jovem precisa ter oportunidade para não se desviar e cair na marginalidade”, afirmou o presidente. “Nós, para recuperar o tempo perdido, estamos atacando o problema com mais educação e mais emprego.”

Às vésperas de uma eleição presidencial em que os principais candidatos representam projetos absolutamente antagônicos — para o presente e para o futuro do Brasil —, vale a pena ler o texto abaixo. É um breve resumo do legado de quase oito anos do governo Lula para a juventude, escrito pelo próprio presidente ao O Povo. Confira.

Reduzindo a dívida do Brasil com a juventude

Por Luiz Inácio Lula da Silva

Durante muitas décadas, o Estado brasileiro foi omisso, deixando a juventude fora de suas prioridades. Todo jovem precisa ter oportunidade para não se desviar e cair na marginalidade. Nós, para recuperar o tempo perdido, estamos atacando o problema com mais educação e mais emprego.

Desde 2003, 12,7 milhões de pessoas entraram para o mercado formal de trabalho no País, um recorde histórico. Boa parte dessas novas vagas foi preenchida por jovens. Mesmo quando contamos apenas até 2008, são cerca de 3,3 milhões de novos postos de trabalho com carteira assinada gerados no Brasil para a faixa de 18 a 29 anos. Foi uma mudança da água para o vinho. E os jovens sabem disso.

Continuamos aumentando as chances de entrada no mercado, com o ensino profissional. Recentemente, uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostrou que os cursos profissionalizantes aumentam em até 48% a chance de conseguir emprego, e com salário 12% maior. Veja que, em quase cem anos, o Brasil construiu 140 escolas técnicas — e apenas no nosso período de governo estamos construindo mais 214. Dessas, 119 já estão em funcionamento.

E esses jovens podem prosseguir com os estudos no nível superior, em função dos grandes investimentos que estamos fazendo no setor. Nós aumentamos o número de vagas de entrada nas universidades federais de 113 mil, em 2003, para 227 mil, em 2009. Estamos construindo 14 novas universidades e 124 extensões universitárias, sobretudo no interior. E com o Prouni, fornecemos bolsas de estudos para 704 mil jovens carentes cursarem faculdades particulares.

Mas nós estamos atentos também à parcela da juventude que está fora da escola e do mercado de trabalho e, por isso, instituímos o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem), que é executado em parceria com vários ministérios e oferece a conclusão do ensino fundamental e capacitação profissional. Além de atacar a essência do problema, com a grande ampliação das oportunidades de conquistarem uma profissão, nós estamos tomando várias outras iniciativas.

Em 2005, criamos o Conselho e também a Secretaria Nacional de Juventude. De 2003 até o final de 2010, pelo menos 11 milhões de jovens terão sido atendidos pelos programas citados e pelo Pronasci, Pontos de Cultura, Pronaf Jovem, Programa Segundo Tempo, Bolsa Variável do Jovem (do Programa Bolsa Família), e tantos outros que nem daria pra citar aqui.

Realizamos, em 2008, a 1ª Conferência Nacional de Juventude, processo que mobilizou mais de 400 mil pessoas e resultou na aprovação de 22 prioridades da Política Nacional de Juventude. Embora ainda haja muito a ser feito, estou certo de que tivemos avanços importantes. O compromisso do Brasil, agora, é o de dar continuidade e aprimorar essas iniciativas, que precisam ser consolidadas para que o país continue reduzindo a grande dívida que acumulou com os seus jovens ao longo do tempo.