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Lanzetta está 'ansioso' para depor sobre caso do dossiê

O jornalista e consultor Luiz Lanzetta, acusado pela Veja de planejar um suposto dossiê de denúncias contra o presidenciável José Serra (PSDB), está "ansioso" por falar, "no Congresso ou em praça pública", sobre o caso que o deixou sob suspeição. Segundo Lanzetta, será uma verdadeira festa de São João – em termos de bombas – relatar a conversa com o araponga Onézimo Souza.

A afirmação foi feita em telefonema para o jornalista Luis Nassif, que relatou a conversa em seu blog: "Lanzetta fará questão de dizer tudo o que ouviu do delegado Onézimo Souza, na presença de várias testemunhas. Onézimo descreveu o sistema de informações montado pelo Delegado Marcelo Itagiba (deputado federal, do PSDB/RJ), apresentou organograma, mencionou nomes de agentes da PF e da ABIN envolvidos."

"Se houve grampo da parte do araponga, diz Lanzetta, exigiremos que seja apresentado na íntegra, sem cortes. Lá, diz ele, ficará claro que nos limitamos a fazer perguntas enquanto ele informava sobre bombas de dossiês de todos os tipos.

Além de Nassif, o Estadão Online noticiou nesta segunda-feira (7) a mesma disposição de Lanzetta, embora comprando a versão da Veja que o trata como "assessor de Dilma Rousseff" e o acusa de encomendar o suposto dossiê.

"Em entrevista ao Estado, o jornalista adiantou que pretende, ao depor 'no Congresso ou em praça pública', dar detalhes da conversa que teve com o ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o 'sargento Dadá', e o delegado aposentado Onézimo Souza, no restaurante Fritz, em Brasília, no dia 20 de abril. 'EEle (Onézimo) falou da estrutura do esquema de espionagem do Marcelo Itagiba', disse Lanzetta", conforme o Estadão.

"Ele falou que Itagiba tinha 100 dossiês contra a base aliada, não era apenas contra o PT", relatou ainda Lanzetta para o site do jornal paulista. O jornalista acusado disse que o "outro lado", isto é, o PSDB, é que precisa dar explicações sobre o escândalo. "O problema está do outro lado", reforçou.

"Eu falo em qualquer lugar, em praça pública, quero falar, quero que me convoquem. Uso até PowerPoint", completou. Lanzetta disse que desafia Onézimo a dar sua versão do encontro. "Está muito claro que há uma armação contra a gente."

Durante a entrevista, Lanzetta repetiu diversas vezes que não aceitou a proposta de arapongas para comprar dossiês. Ele disse ter recusado, ainda no restaurante, o serviço oferecido pelos espiões para produzir material contra os adversários da base aliada. "A gente sabe, tem memória", completou, referindo-se ao caso do 'dossiê dos aloprados', que prejudicou as candidaturas do presidente Lula à reeleição e do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista, às vesperas do primeiro turno de 2006.

Da redação, com agências