Fascismo: moradores querem proibir comida para sem-teto

Campanha para expulsar moradores de rua da Santa Cecília pressiona restaurantes. Estratégia do conselho de segurança do bairro é ameaçar quem doa alimento com visita da Vigilância Sanitária. Há pelo menos 1334 moradores de rua no bairro.

O conselho iniciará sua estratégia mapeando ONGs, lanchonetes e restaurantes que doam comida. O segundo passo será procurar os responsáveis de cada lugar para convencê-los a suspender a doação.

O conselho avisará, por fim, que, ao constatar que algum local continua alimentando os moradores de rua, a Vigilância Sanitária será chamada para que interdite estabelecimentos irregulares.

Procurada, a Vigilância adianta que não há problema nenhum em doar comida, desde que a refeição seja servida com higiene. O órgão costuma orientar restaurantes sobre como fazer a doação.

Um sem-teto de 19 anos ouvido pela reportagem diz que o plano do Conseg não funcionará. "Se não nos derem comida, vamos começar a roubar", ameaça.

A pouca solidariedade destes cidadãos aliada à falta de políticas públicas para essas parcelas mais vulneráveis da população por parte das administrações demo-tucanas de São Paulo resultam nestas verdadeiras pérolas antidemocráticas ultradireitistas.

A pós-doutora em saúde pública e em educação pela USP Aparecida Magali Alvarez, que desde 1993 pesquisa moradores de rua, critica o plano de expulsão. "A sociedade deveria se unir para ajudá-los", afirma.

Com informações Folha de S.Paulo.