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Rabelo: Candidatura de Flávio Dino é prioridade para o PCdoB

Reafirmando a centralidade do projeto comunista no Maranhão, o presidente do PCdoB voltou a defender a candidatura de Flávio Dino ao governo estadual. “Esta é uma prioridade para o PCdoB. Não é de nosso feitio sair de uma disputa sem justificativa”, declarou o presidente na terceira e última parte de sua intervenção – dedicada ao projeto eleitoral do partido – feita na reunião do Comitê Central deste sábado, 21, em São Paulo.

Flávio Dino

Renato Rabelo afirmou que “o PCdoB é consequente e radical em suas escolhas, mas não fundamentalista, nem espontaneísta. Portanto, leva em consideração a política, que é o que deve comandar nossas ações”.

Não é a primeira vez que o presidente do partido posiciona-se sobre o assunto. Recentemente, em ato feito pelo PCdoB para anunciar seu apoio a Dilma Rousseff, Rabelo dirigiu-se ao presidente Lula defendendo Dino. “Queremos manter e elevar a liderança dele no Maranhão porque os quadros são o que há de mais importante para o PCdoB e Dino é uma alternativa importante em seu estado”, disse hoje na reunião do CC.

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Projetos majoritários

Além de apostar na eleição para o governo maranhense, o PCdoB busca eleger entre 20 e 22 deputados federais e dezenas de estaduais, e aumentar de um para três o número de senadores.
Renato citou a candidatura de Netinho de Paula ao Senado como um projeto de extrema importância para o partido – que em São Paulo sofreu alguns revezes, reflexo principalmente da força tucana no estado – e para o povo, já que o vereador é “um fiel representante da periferia paulista”.

 
Magalhães: não subestimamos a oposição (por Priscila Lobregatte)  

Outra pré-candidatura que vem ganhando destaque é a de Edvaldo Magalhães ao Senado pelo Acre, em parceria com Tião Viana (PT) ao governo. “Conseguimos conformar uma grande frente com nosso candidato. A Frente Popular do Acre reúne várias forças políticas e tem mudado a cara do estado nos últimos 20 anos”, lembrou Rabelo.

Edvaldo Magalhães diz que com essa unidade foi possível “transformar a velha política do estado”. A esquerda – nucleada pelo PCdoB, PT e PSB – “comanda um processo político que não é sectário, mas sim é amplo. Tanto é que temos uma aliança de 14 partidos e estamos no terceiro mandato consecutivo no governo estadual, algo inédito em qualquer unidade da Federação, podendo alcançar agora o quarto mandato”.

O comunista considera que o ambiente político local é suficientemente positivo para as campanhas majoritárias. “Soma-se a isso o fato de que as forças de oposição – lideradas pelo PMDB e PSDB – têm tido dificuldade para construir um projeto capaz de se contrapor ao nosso e não conseguiram sequer se unificar”. No estado, o PMDB tende a apoiar José Serra e concorre ao governo com Rodrigo Pinto e João Correia para o Senado, definido após a saída de Geraldo Mesquita da disputa. O PSDB concorre respectivamente com Tião Bocalom e Sérgio Petecão.

Mas, alerta Magalhães, “não subestimamos a oposição”. O trabalho do PCdoB, disse, “é unificar nosso campo e fazer a disputa com a oposição sem fulanização e sim com debate de projetos”. No estado, o partido também trabalha para reeleger a deputada federal Perpétua Almeida – a mais bem votada em 2006 – além de uma bancada estadual.

O PCdoB trabalha ainda pela eleição ao Senado de Vanessa Grazziotin (Amazonas), Eduardo Bomfim (Alagoas) e Sávio Hackradt (Rio Grande do Norte).

Proporcionais

 
  Manuela: Buscamos a unidade (por Priscila Lobregatte)

No caso das candidaturas proporcionais, o PCdoB trabalha para um aumento significativo de sua bancada. Um dos nomes proeminentes é a deputada federal Manuela D’Avila, que buscará a reeleição, compondo a chapa de federal do partido no Rio Grande do Sul com Assis Melo, vereador em Caxias do Sul e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da mesma cidade.

Após a desistência de Beto Albuquerque (PSB) de concorrer ao governo gaúcho, seu partido e o PCdoB devem, na próxima segunda-feira (24) oficializar apoio ao ex-ministro Tarso Genro (PT). “Buscamos a unidade das forças políticas do estado como faz o presidente Lula em nível nacional, mas agora estamos discutindo o cenário estadual porque situação é complexa”, diz Manuela.

No estado, as principais candidaturas são, além da de Genro, a de Yeda Crusius (PSDB) – que busca a reeleição – e a de José Fogaça, do PMDB. O partido pretende eleger ao menos dois deputados federais e dois estaduais.

Outro exemplo de projeto comunista é a Bahia. Lá, o partido participa da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esportes; da Secretaria Especial da Copa; dirige a estatal Bahiagás e o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, entre outros. O PCdoB pretende eleger Alice Portugal, Daniel Almeida e Edson Pimenta para a Câmara e buscar ao menos a eleição de quatro a cinco estaduais, entre eles a reeleição de Javier Alfaya.

“Estamos discutindo se saímos sozinhos para estadual ou coligamos com PSB. Para a Câmara, deverá ser fechada uma coligação geral com todos os partidos da base. Ao Senado, indicamos nossa posição favorável a Waldir Pires (PT), um nome que amplia mais a base eleitoralmente e socialmente”, explicou Alfaya. O partido apoia ainda a reeleição de Jaques Wagner para o governo baiano.

Sobre o cenário local, Javier avalia que “o comportamento de Geddel Vieira Lima (PMDB) foi muito leviano porque seu grupo fazia parte do governo Wagner, inclusive com o vice; ele foi ministro da Integração Nacional, mas, mesmo assim, fez um grande trabalho para fortalecer a administração peemedebista da capital, que está desmoralizada, buscando com isso polarizar contra o governo do estado”.

Embora o ex-governador Paulo Souto (DEM) apareça com cerca de 26% das intenções de voto, Javier diz que “o estrago causado por Geddel é maior porque divide a base de apoio a Dilma”.

De São Paulo,
Priscila Lobregatte