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Aliados tentam fazer de Uribe senador vitalício na Colômbia

O congresso colombiano deve iniciar, na sexta, os debates sobre a iniciativa apresentada pelo governista Partido Social da Unidade Nacional, que pretende estabelecer a figura de senador vitalicio em favor do presidente Álvaro Uribe. Caso seja aprovada, a medida possibilitaria a Uribe, que conclui seu mandato em agosto, manter sua influência política. O governante, alvo de várias denúncias, também teria o privilágio de ser julgado apenas pela Corte Suprema.

A proposta foi defendida pelo legislador governista Roy Barreiras, que alega que a norma beneficiaria eventualmente todos os futuros Presidentes da República e também os candidatos que fiquem em segundo nos processos eleitorais presidenciais.

De acordo com Barreiras, o plano pretende oferecer uma oportunidade ao chefe de de Estado para que possa defender e dar continuidade à sua obra de governo, no âmbito do parlamento, uma vez terminado seu mandato.

Se este ato legislativo for aprovado, Uribe manteria, então sua influência na política, apesar do fato de sobre ele pesarem inúmeras denúncias que o vinculam à parapolítica colombiana e às inteceptações telefônicas.

Ainda que a legislação colombiana não conceda imunidade parlamentar, a qual foi abolida na constituição de 1991, nesta nação se estabelece que os congressistas só podem ser julgados pela Corte Suprema de Justiça. Esta instância já rechaçou, em fevereiro passado, a solicitação de Uribe de convocar um referendo que possibilitaria que concorresse a uma segunda reeleição.

Em defesa do projeto, o congressista Barreiras reconheceu que a nova norma garantiria certa influência política por tempo indeterminado para aquelas personalidades que tiveram um peso na sociedade nacional, mas informou que o senador vitalício teria atuação limitada. Contaria com o direito a voz, mas não a voto e nem a salário pela representação.

Pesquisa

O presidente Uribe apresentou notáveis dificuldades em sua administração na hora de combater o desemprego, a pobreza e a corrupção em vários níveis do estado. É o que diz uma recente pesquisa realizada na Colômbia. De acordo com o estudo, ao menos 50% dos colombianos não estão de acordo com o manejo que Uribe deu à economia. Além disso, 59% avaliam negativamente a gestão do mandatário em matéria de sáude.

A sondagem, efetuada pela empresa Gallup Colombia, colheu opiniões de 1200 cidadãos colobianos nas principais cidades do país, entre os dias 24 e 28 de fevereiro. Esta percepção negativa coincide com a polêmica que existe em torno dos decretos de emergência social, impulsionados pelo governo de Uribe para remediar a crise financeira que atravessa o setor da saúde, com medidas como o incremento em impostos.

Cinquenta e nove por cento dos entrevistados assinala que piorou a qualidade da segurança social, enquanto 33% opinou de forma contrária. Outro ponto desfavorável para Uribe é a percepção que os cidadãos têm em relação à luta contra a pobreza. Sua política para esse problema foi rechaçada por 54% dos consultados. Da mesma forma, 64% considera que o custo de vida disparou desde o início da gestão Uribe. Nesse sentido, 43% destacou que a perda do poder aquisitivo se perfila comno principal problema dos colombianos na atualidade.

Por outro lado, a ordem pública e a segurança continua sendo um dos principais problemas que afronta o país. O governo Uribe está baseado, desde seu início em 2002, na chamada política de segurança democrática, que consiste em um plano para reforçar a força pública e, assim, combater violência que toma conta do país, além de fazer frente a um conflito armado, cuja existência não reconhece.

Entre as medidas tomadas por Uribe para acabar com o conflito armado foi a autorização, concedida aos Estados Unidls, para isntalar sete bases em seu território, ação que gerou grande polêmica entre as nações do continente pois é considerada como uma ameça à região.
Com Telesur