Santa Casa: Cirurgiões frustrados com falta de propostas

Os cirurgiões da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, mostrando mais uma vez que querem negociar com o Estado e a Prefeitura. Decidiram esperar até terça-feira (18/05), quando acontecerá mais uma rodada de negociação com a Promotora de Justiça de Defesa da Saúde Pública, Isabel Porto, para decidir se paralisam suas atividades.

A decisão foi tomada na noite desta quarta-feira (12/05), durante assembleia da categoria realizada no auditório do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará. "Se até lá não for apresentada uma proposta satisfatória, eles paralisarão por tempo indeterminado", disseram.

Os médicos ficaram decepcionados com o resultado da reunião ocorrida pela manhã com a promotora Isabel Porto. Nenhum proposta concreta foi levada e os dois secretários de Saúde do Estado, Arruda Bastos, e do Município, Alex Mont'Alverne, não compareceram. Os cirurgiões reafirmaram que não aceitam mais receber seus honorários através da tabela do SUS, que paga em torno de R$ 40,00 por uma cirurgia, com atraso de dois meses. Eles não abrem mão da reivindicação da categoria: tabela da CBHPM, com redutor de 40%.

Na manhã desta quarta-feira, durante a reunião com a Dra. Isabel Porto, o representante da Secretaria de Saúde do Município manteve a proposta anterior de um aporte complementar de R$ 35 mil mensal, como incentivo para pagamento dos cirurgiões. Ele alega que já repassa, mensalmente, uma média de R$ 200 mil de diferença de contratualização para a Santa Casa. Já o representante da Secretaria de Saúde do Estado informou que no momento só dispõe de R$ 100 mil, que poderão ser repassados em curto espaço de tempo para o hospital, a título de auxílio financeiro, que poderão ser empregados na complementação da remuneração dos médicos. Como não houve acordo, a promotora Isabel Porto convocou nova audiência para o dia 18 de maio, exigindo a presença dos dois secretários de Saúde do Estado e do Município.

"Quem quer fazer saúde com responsabilidade tem que pagar bem os profissionais", disse o presidente do SIMEC, José Maria Pontes, explicando que a reivindicação dos cirurgiões vem sendo negociada com os gestores estadual e municipal há mais de dois anos e que não dá mais para esperar. "É um movimento consistente, feito com responsabilidade", acrescentou. Por esse motivo foi aprovada na assembleia a sugestão de aguardar o resultado da reunião de terça-feira, para tomarem uma decisão mais radical.

Fonte: Assessoria de Imprensa do SIMEC