PCdoB discute cenário político e aposta em projeto ousado no Pará

O PCdoB do Pará está promovendo entre 10 de maio e 16 de junho as seções municipais da Convenção Eleitoral Estadual, que tem como data indicativa de realização o dia 19 de junho de 2010. Esses eventos locais têm a perspectiva de reunir mais de 5 mil filiados no estado e se constituem em fator fundamental para por em prática um ambicioso projeto eleitoral.

As conferências municipais propiciarão um amplo debate acerca da conjuntura nacional, alinhado ao projeto nacional de desenvolvimento que o PCdoB apresenta no novo Programa Socialista, aprovado no seu 12º Congresso e também à necessidade de os comunistas paraense, nas suas respectivas cidades, protagonizarem papel decisivo na eleição de Dilma Rousseff, mantendo assim o projeto de mudanças que vem sendo implementado nacionalmente pelo governo Lula.

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Ao mesmo tempo, a luta dos comunistas no estado passa pela reeleição da governadora Ana Júlia Carepa (PT) e pela construção da plataforma do projeto eleitoral do PCdoB no estado. Segundo o presidente do PCdoB-PA, Érico Albuquerque, “as convenções municipais serão o pontapé para o êxito do projeto eleitoral no Pará, na busca de eleger para a Câmara o camarada Jorge Panzera que, no último período, esteve à frente da Secretaria de Esporte e Lazer do estado, como uma bancada para a Assembleia Legislativa”.

Centralidade neste período é o que conclama o secretário de Organização Aroldo Carneiro. Segundo ele, “é tarefa de nossos dirigentes, municipais e estaduais, a vigilância, o esforço e, sobretudo, a superação dos nossos limites, o desafio da eleição do nosso federal, e a manutenção de nossa chapa própria com mais de 50 camaradas disponibilizando seu nome. Isso deve ter centralidade absoluta”.

Campanha de grandes dimensões

O PCdoB no Pará fará uma campanha de dimensões jamais realizadas. Na chapa de federal, o esforço é buscar uma coligação que possibilite atingir uma meta de 60 mil votos. Para isso, estão sendo feitas conversas com o PSB, PV, PDT e PRB, o que possibilitaria a eleição de dois federais ou, ainda, uma coligação com o PMDB, que elegeria de seis a sete federais. No entanto, tal coligação depende ainda do cenário majoritário.

Na chapa própria de deputado estadual, o PCdoB tem o desafio de alcançar 80 mil votos de coeficiente. Durante a eleição de 2006, quando lançou cinco candidaturas, obteve 52% dos votos do coeficiente à época, totalizando 39.620 votos. A avaliação da direção estadual é de que existe concretamente a possibilidade de se eleger uma bancada, entre outros motivos porque a chapa reúne lideranças emergentes na sociedade paraense – tais como ex-secretários de estado e de municípios; ex-vereadores; ex-vice prefeita; vereadores; sindicalistas; jovens; mulheres; ambientalistas; índios; negros; pastores; trabalhadores rurais etc. –, com candidaturas em 35 municípios do estado, além da capital.

No cenário da disputa do governo estadual, duas candidaturas estão colocadas. De um lado, a reeleição da governadora Ana Júlia, que já conta com o apoio do PCdoB, PSB, PV, PP, PSC e PRB e que vai nuclear o palanque de Dilma Rousseff. Do outro, o ex-governador Simão Jatene (PSDB), possivelmente aliado do DEM e do PPS, formando assim o palanque paraense do tucano José Serra.

No entanto, a configuração final do cenário paraense ainda é uma incógnita, uma vez que ainda há indecisão de quatro grandes partidos do Estado: o PMDB de Jader Barbalho; o PTB do prefeito de Belém; PR e PDT. Também há definição de candidaturas isoladas tanto do PSOL como de PSTU.

De Belém,
Moisés Alves