Valdivino Neto – Professor defende Vereador de Potiretama

Estive em Potiretama neste final de semana, em solidariedade ao meu camarada de Partido e luta, o vereador Manoel Cláudio (PCdoB), conhecido por Claudinho. Pude acompanhar a solidariedade de populares que falam sobre a atual situação em que a cidade está passando, denunciam as arbitrariedades e clamam por justiça. No meio de conversas, um professor nos cedeu esta entrevista

Qual o seu nome do senhor?

Francisco Eudes Marinho de Negreiros

Qual a sua profissão?

Sou Professor

Que ligação o senhor tem com o município de Potiretama?

Sou filho de Potiretama. Meu título de eleitor é daqui, morei em varias cidades de outros estados estudando por onze anos, mas nunca mudei o domicílio eleitoral (Sítio Baixinha)

O senhor passou cerca de onze anos estudando fora. Ao retornar a Potiretama, qual sua intenção e com o que se deparou?

Minha intenção era colocar em prática meus estudos, especialmente no Magistério, como professor. Inclusive eu ainda estava estudando quando fui aprovado no concurso público municipal. Senti necessidade de retornar e contribuir para a aprendizagem dos meus conterrâneos. Porém, com cerca de um ano e dois meses de trabalho, depois de muitas tentativas, o grupo político que hoje governa Potiretama não conseguiu anular o concurso no qual eu tinha sido aprovado. Eles inventaram uma lei na Câmara Municipal exonerando cerca de 180 funcionários. Por isso agora estou sem trabalho. Além disso, outra pessoa só com o Ensino Médio foi contratada e colocada em meu lugar.

Como você observa a situação de Potiretama hoje, especialmente sobre a questão do trabalho?

Potiretama está indubitavelmente aflita. As pessoas que foram exoneradas, algumas por necessidade, aceitam ser contratadas ganhando abaixo de um salário mínimo. Mesmo assim passam até quatro meses sem receber. Os próprios contratados dizem trabalhar de maneira ilegal. Pior ainda, os sete vereadores que nunca votaram contra os projetos colocados pelo prefeito, aprovaram uma lei privatizando a previdência, onde deixou todos sem saberem quando serão aposentados.

Recentemente o vereador Manoel Cláudio (PCdoB) foi afastado sem direito de defesa. Como o senhor analisa este acontecimento?

Esse ato não foi só um atentado contra a democracia, mas a prática de mais um ato ditatorial no município de Potiretama. Relembrando o tempo da ditadura nacional (militar), onde todos eram obrigados a ficarem calados para que não morressem. Aqui eles encontraram outra maneira de matar muito pior: é a morte psicológica, por enquanto. Eu mesmo confesso que, diante de tudo isso, estou procurando todos os meios para me levantar. Já tive consulta com psicólogo, não consigo me concentrar nos estudos a ponto de ser aprovado noutro concurso. O vereador Claudinho é mais uma vítima. Foi afastado por falar em favor do povo, que já foi está morto psicologicamente. Disso ninguém dos que assistiram à Sessão da Câmara no dia onde alegam o seu afastamento têm dúvida.

Pelos motivos já citados, que apelo o senhor faz às autoridades promotoras da democracia?

Peço que todos se mobilizem para colocar a lei em prática pois, caso contrário, aqueles que não foram mortos de maneira psicológica serão mortos de maneira física. Lembrem-se: “A impunidade contribui para o aumento do crime”. E se vocês se preocupam com o crime em Potiretama, está sobrando motivos.

Quais foram as últimas palavras que o vereador Manoel Cláudio falou na Câmara de Vereadores em Potiretama?

Na saída da Câmara ele disse: “Se meu mandato não serve para o povo, também não serve para mim”.

Valdivino José de Lima Neto é Secretario Geral do DCE José Montenegro de Lima, membro União da Juventude Socialista (UJS), do Comitê Estadual e dirigente do PCdoB em Palhano

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