Lula defende redução da jornada no 1º de Maio Unificado

O presidente Lula destacou durante discurso, em São Paulo, no 1º de Maio Unificado convocado pela CTB, UGT e Nova Central, que entre outras coisas que se comemoram neste Dia dos Trabalhadores está a proposta de redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais em tramitação no Congresso Nacional, cujo principal objetivo é “empregar mais trabalhadores”.

Muito bem recebido por um público estimado em 100 mil pessoas pelo presidente da CTB, Wagner Gomes, o presidente falou à tarde no ato realizado pelas três centrais, depois de prestigiar as manifestações organizadas pela Força Sindical e CUT. “Tem muita gente nova que não sabe dos sacrifícios que foram feitos no passado para que a classe trabalhadora conquistasse seus direitos”, declarou Lula, lembrando que antigamente, no capitalismo, a jornada diária de trabalho chegava a 16 horas e muita gente morreu para que o tempo de trabalho fosse reduzido a 8 horas diárias.

Valeu a pena
Segundo Lula, “valeu a pena a classe trabalhadora acreditar e eleger um metalúrgico para a Presidência. Já elegeu empresários, fazendeiros, advogados e professores, mas precisou eleger um metalúrgico para fazer o que a classe trabalhadora precisava”.

Assegurou que concluirá oito anos à frente do Executivo com a criação de 14 milhões de empregos. Com a exceção da China, de acordo com ele ninguém mais conseguiu isto. Citou também a valorização do salário mínimo e o Bolsa Família como exemplos das medidas que foram tomadas pelo seu governo em prol da classe trabalhadora.

Fora FMI
O presidente disse que tem orgulho de poder olhar no olho dos trabalhadores e trabalhadoras do país, enquanto a maioria dos presidentes “não teria coragem sequer de participar de um 1º de Maio”. Segundo o presidente da CTB, Wagner Gomes, esta é a primeira vez desde 1951 que um presidente da República participa nas manifestações do Dia dos Trabalhadores.

Lula conclui seu discurso contando uma pequena história relacionada ao FMI. Lembrou que os companheiros sindicalistas presentes (referindo-se aos presidentes da CTB, Wagner Gomes, UGT, Ricardo Patah, e Nova Central, José Calixto) ficaram com os braços cansados de carregar faixas contra o FMI. “Pois nós mandamos o FMI embora e depois ainda emprestamos 14 bilhões de dólares ao Fundo, viramos credores em vez de devedores”.

Dilma
Recebida no ato aos gritos de “olê, olê, olá, Dilma, Dilma”, a ex-ministra Dilma Roussef e pré-candidata do PT à Presidência da República também falou na festa do 1º de Maio Unificado.
“Estamos reunidos num dia de comemoração e de luta”, ressaltou Dilma. “Temos o que comemorar. O salário mínimo hoje equivale a 300 dólares, quando o governo Lula começou valia menos que 100 dólares. O Brasil está crescendo e não só para os mais ricos, mas para todo o povo”, acrescentou.

Ao elogiar o governo Lula, a pré-candidata do PT disse que “o presidente garantiu que o país não ficasse de joelhos perante o FMI. Passamos a ser um povo orgulhoso de nós mesmos e do nosso país, criamos 12 milhões de empregos com carteira assinada, retiramos mais de 20 milhões da pobreza e provamos que o Brasil pode crescer e ao mesmo tempo distribuir a riqueza e que a distribuição mais justa da renda nacional acelera o crescimento econômico”.
“Mais desenvolvimento é o que queremos”, proclamou Dilma. “Mais salário no bolso do trabalhador, mais educação para os filhos da classe trabalhadora, mais creches e um povo com melhor qualidade de vida. É isto que queremos, é isto o que o Brasil precisa”.

Sucesso
Os presidentes das três centrais que organizaram o 1º de Maio Unificado ressaltaram, em seus pronunciamentos, a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Wagner Gomes, da CTB, considerou que o ato foi "um sucesso", destacando o seu "caráter unitário" e as seis bandeiras de luta (redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salário; ratificação da Convenção 158 da OIT, que proíbe demissões imotivadas; fim do fator previdenciário; direito à igualdade de oportunidade; desenvolvimento nacional com valorização do trabalho; e política de valorização permanete do salário mínimo).

"Tivemos um bom público", prosseguiu o sindicalista, "recebemos o parabéns da Dilma por isto e fomos prestigiado pela presença do presidente da República, um fato histórico que ocorre pela primeira vez desde 1951. Foi um grande sucesso", arrematou.

Entre outras personalidades passaram pela manifestação da CTB, UGT e Nova Central o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, os deputados federais Aldo Rebelo, Carlos Zaratine e Roberto Santiago, os senadores Aloísio Mercadante e Eduardo Suplicy, o delegado Protógenes Queiroz, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi e o presidente da UNE, Augusto Chagas.

Da redação, Umberto Martins

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