Ivina Carla – Dia do Jornalista: 7 de abril é para lutar!

.

Ivina Carla

O dia do jornalista é comemorado desde a fundação da Associação Brasileira de Imprensa, em 1908. De lá pra cá, muitas conquistas podem ser contabilizadas, como a regulamentação da profissão do jornalista, luta por piso salarial, carga-horária de trabalho, entre outras bandeiras de mobilização da categoria. Estamos em 2010 e me pergunto: o que esse dia significa para os jornalistas e para a sociedade brasileira? Posso qualificar a realidade posta e vivida como humilhante. O profissional que atua com a difusão da informação está sendo massacrado (essa é a palavra certa) dentro das redações e por trás das câmeras todos os dias mas infelizmente a sociedade brasileira não tem acesso a isso, porque, por uma questão óbvia, não existe esse tipo de veiculação na grande mídia.

Saímos da ditadura militar, que também oprimiu, torturou e matou jornalistas e hoje esbarramos em uma outra ditadura que é a da mídia. Só mudou a nomenclatura, mas o problema continua. O jornalista é pressionado a dançar conforme a música da empresa e isso é uma tentativa cotidiana de eliminar o Código de Ética e fazer com que os profissionais sejam submetidos exclusivamente aos interesses do mercado.

Ainda como estudante, consigo compreender que as categorias de classe sofrem com a onda neoliberal, capitalista, que prega todos os dias o individualismo sempre na perspectiva da fragmentação da luta social. Mas como se pensar em melhorias sem unidade de ação? O que é ser jornalista pra você? É montar uma pauta, escrever um periódico, fazer uma sonora, cumprir o receituário que permeia o dia-a-dia das redações? Acredito que não. Ser jornalista é adotar a postura da transformação social, é ser protagonista de uma história e não ser um "mero" contador dela. É participar da luta diária, organizada, entendendo que o seu papel social é cumprido quando o retorno para a sociedade é além da divulgação de uma informação.

Esse dia, 07 de abril, deve ser de reflexão e ação, não podemos permitir que seja tratado de forma superficial ou sem importância. Temos muita luta pela frente, como o restabelecimento do diploma, uma nova lei de imprensa, valorização da categoria, entre outras bandeiras que são questões vinculadas ao direito da informação, como bem público e essencial para o desenvolvimento do país. Libertar os jornalistas das amarras da ditadura midiática deve ser um trabalho diário, preparando assim o terreno para os que virão (como eu) também, pautar constantemente o debate sobre a democratização dos meios de comunicação na sociedade, só assim podemos nos aproximar da tão sonhada imprensa democrática e livre no Brasil. É um trabalho árduo, mas como dizia Che Guevara "A única luta que se perde é a que se abandona" e essa eu sei que muitos jornalistas combativos não abandonaram.

Parabéns aos meus amigos jornalistas: Carolina Campos, Cristiane Bonfim, Débora Lima, Claylson Martins, Marina Valente, Joana Dutra, Daniel Fonseca, Mara Cristina, Luis Carlos Antero, Umberto Martins, Amanda Nogueira, Roberta França, Rafael Mesquita, Paulo Sérgio Cordeiro, Messias Pontes, Dalwton Moura, Luiza Helena e a todas e todos que lutam por dias melhores.

Fonte: Blog Socializando Ideias

Ivina Carla é estudante de Jornalismo da Faculdades Cearenses e integra a Comissão Estadual de Comunicação do PCdoB/CE

Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do Portal Vermelho