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Colisor imita "criação do universo" e abre nova era na Física

Os cientistas do Laboratório Europeu de Física Nuclear (Cern) conseguiram nesta terça-feira (30) fazer com que o Grande Colisor de Hádrons (LHC) colidisse dois feixes de prótons a 7 tera-elétron volts, criando uma explosão que os cientistas chamaram de um "Big Bang em miniatura".

O experimento, só possível graças ao Grande Colisor de Hádrons (LHC) – o acelerador de 27 quilômetros de circunferência localizado 100 metros abaixo da fronteira entre a França e a Suíça -, marca o início do programa de pesquisas da máquina.

A experiência, que alcançou uma energia 3,5 vezes maior que a conseguida em outros aceleradores, permitirá à comunidade científica obter uma enorme quantidade de informações e respostas para os enigmas do Universo e da matéria, segundo especialistas.

Após duas tentativas frustradas nesta mesma terça-feira, nas quais os protóns injetados no acelerador não colidiram, os quatro detectores gigantes do colisor – Atlas, Alice, CMA e LHCb -, posicionados em diferentes pontos da circunferência gigante, começaram a registrar os choques.

O equipamento, cuja construção custou aproximadamente US$ 10 bilhões, retomou suas atividades em novembro. O LHC foi desligado nove dias depois de seu lançamento, em setembro de 2008, por problemas de superaquecimento. O reparo custou mais US$ 40 milhões.

"Estamos abrindo as portas para a nova física, um novo período de descobertas na história da Humanidade", disse Rolf-Dieter Heuer, diretor-geral do Cern.

"Com esta experiência, abre-se uma janela para a obtenção de novos conhecimentos sobre o Universo e o microcosmos. Mas isto não será imediato", destacou o cientista.

Uma das expectativas em torno das descobertas que o colisor pode proporcionar é relacionada à matéria escura, ou invisível, que seria responsável por cerca de 25% da massa do Universo.

Apenas 5% do cosmos reflete luz. Espera-se, ainda, que o LHC, em seus estimados 20 anos de vida, encontre provas reais da existência de energia escura, que representaria os 70% restantes do Universo.

O Brasil está entre os 85 países com representantes na equipe do LHC. Pesquisadores da Coppe/UFRJ atuaram em estudos de computação, calorimetria e filtragem de dados, além de construir circuitos para registro do choque entre prótons.

A integração de cientistas possibilitou o desenvolvimento de tecnologias inéditas para diversos setores do projeto, como o processamento de sinais e a análise de dados.

Da redação, com agências