Lula Morais diz que contrato de fornecimento de energia é imoral
O deputado Lula Morais (PCdoB) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (25/03) para afirmar que o contrato de fornecimento de energia firmado entre a Coelce e a Termelétrica Fortaleza, ambas da holding Endesa, é imoral. De acordo com o parlamentar, a termelétrica não produz nenhuma energia, compra no mercado o quilowatt a R$ 30,00 e revende para a distribuidora a R$ 182,00. Ou seja, a diferença é paga pelo consumidor cearense.
Publicado 27/03/2010 13:04 | Editado 04/03/2020 16:33
Lula Morais explicou que, conforme foi divulgado, a Coelce obteve em 2009 um lucro de R$ 334 milhões, apesar da crise econômica mundial. Apenas 1,2% abaixo do lucro nominal de 2008, enquanto outras empresas, como a Petrobras tiveram queda de receita 10 vezes maior. E parte desse lucro, conforme afirmou, é decorrente da expansão do número de consumidores de baixa renda. Ou seja, os menos favorecidos estão assegurando a saúde econômica da Coelce.
Além dos lucros aferidos pela Coelce, no ano passado, o Grupo Engesa contabilizou um balanço positivo de aproximadamente R$ 300 milhões por meio da Termelétrica Fortaleza, que comprou energia fornecida a R$ 60 milhões e vendeu a mais de cinco vezes esse preço para a Coelce. Ou seja, o grupo estrangeiro subtraiu da economia do Ceará quase R$ 700 milhões, disse Lula Morais.
O deputado lembrou ainda que no ano passado, a Coelce pediu a Aneel um reajuste de 20% na tarifa e conseguiu 13,3%, índice superior à inflação do período. “Este ano, estamos de olho para o pedido de majoração da energia elétrica, disse Lula Morais, autor da CPI da Coelce na Assembleia. Lula Morais denunciou, ainda, que há uma promiscuidade entre as empresas concessionárias de energia e a Aneel, que deveria defender os interesses dos consumidores. “Os antigos dirigentes da agência, que autorizaram o aumento das tarifas, hoje estão ocupando cargos de direção da Coelce”, avisou.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação da AL