Ceará terá o primeiro banco público de cordão umbilical

O primeiro Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário da rede pública de saúde do Ceará vai ser inaugurado ainda no primeiro semestre de 2010. A entrega das obras da estrutura física do prédio, em Fortaleza, será feita nesta terça-feira, 23, às 15 horas, na sede do Hemoce.

Estarão presentes o secretário da Saúde do Estado, João Ananias, o diretor da Rede BrasilCord, Luís Fernando Bouzas, e a diretora-geral do Hemoce, Dra. Luciana Carlos. As obras começaram em julho de 2009 na sede do Hemoce, na Avenida José Bastos, em Fortaleza. A unidade faz parte de um projeto maior da Rede BrasilCord, do Ministério da Saúde, que está formando um conjunto de bancos de sangue de cordão umbilical e placentário interligados para atender a demanda de transplantes e pesquisa de células embrionárias no País.

Através do convênio assinado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2008, a Rede BrasilCord recebeu um investimento de R$ 31,5 milhões do Fundo Social do BNDES para a construção de unidades no Ceará, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Pará, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Distrito Federal. Hoje, o sistema já conta com quatro bancos instalados, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. A meta é armazenar cerca de 50 mil cordões umbilicais nos 12 bancos que passarão a formar a Rede, número considerado ideal para, junto com o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), suprir a demanda de transplantes no Brasil.

Além da construção dos novos bancos de cordão, o recurso do BNDES será utilizado na compra de equipamentos das unidades já em funcionamento e treinamento de pessoal. São R$ 4 milhões em investimentos só no Ceará. No dia 9 de outubro de 2009, aconteceu a primeira coleta de sangue de cordão umbilical e placentário da rede pública estadual de saúde, como treinamento para o trabalho que será desenvolvido para suprir a demanda do Banco de Sangue de Cordão. A equipe foi formada pela enfermeira Márcia Maria Bruno Araújo, do Centro de Hematologia e Hemoterapia – Hemoce; o médico obstetra Francisco Jerônimo de Sousa Neto, do Hospital Geral César Cals; e a médica cancerologista pediátrica Fabíola Maria de Melo, do Hospital Infantil Albert Sabin. Os três realizaram a coleta no Hospital Geral César Cals, em Fortaleza, e o material retirado da placenta e do cordão umbilical da mãe foi doado para o Banco de Sangue do Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro. Ele ficará disponível para atender qualquer paciente que tenha compatibilidade genética com o material.

Novo irradiador de sangue

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará é o primeiro hemocentro do Nordeste a adquirir um equipamento que pode salvar a vida de muitas pessoas, chamado "irradiador". É que alguns pacientes que precisam receber transfusão de componentes do sangue (como bolsas de hemácias e plaquetas) ficam suscetíveis a complicações imunológicas. Isso porque o organismo não tem defesa suficiente para lidar com o material que será transfundido. Por isso, é necessário que esse material seja "bombardeado" por um tipo de radiação com raios gama, como forma de "limpar" esse material de células que possam prejudicar o organismo do paciente que recebe a transfusão. Esse bombardeamento é feito no irradiador.

A irradiação é indicada em transfusões intra-uterinas; para recém-nascidos prematuros ou de baixo peso; para pacientes portadores de imunodeficiências congênitas graves; para pacientes que acabaram de ser transplantados de medula óssea ou de células de cordão umbilical; para pacientes transplantados do coração e do pulmão; para portadores de linfomas, algumas leucemias e anemias, além de outros casos. Antes da chegada do equipamento, o Hemoce fazia a irradiação das bolsas de hemácias e plaquetas, mas ainda não era o suficiente para suprir a demanda total. No ano passado, o Hemoce conseguiu transfundir 218 bolsas de plaquetas ou hemácias irradiadas. Uma média de 18 por mês. O novo aparelho demora no máximo 40 minutos para concluir uma irradiação. Essa rapidez possibilita uma média alta de procedimentos por dia.

Fonte: Assessora de Imprensa do Hemoce