Lançado o Centro de Visitação e Museu do Rio Meia Ponte

Evento reuniu 250 pessoas no Dia Mundial da Água, na casa de máquinas da antiga Usina do Jaó. Revitalização do espaço já conta com aporte financeiro

Em breve o goianiense terá um espaço para se encontrar com o Rio Meia Ponte. Um lugar para contar às novas e velhas gerações a história do município e da degradação do seu principal abastecedor de água. Trata-se do Centro de Visitação e Museu do manancial, lançado nesta segunda-feira, dia 22 de março, data que coincidiu com as comemorações do Dia Mundial da Água. O ato público foi realizado na casa de máquinas da antiga Usina do Jaó, a primeira a fornecer energia elétrica para a Capital goiana.

O lugar é um marco na história de Goiânia, que está abandonado há quase 40 anos. Atualmente, a casa de máquinas é um local escuro, com vidros quebrados e onde se acumula sujeira. Mas ainda possui uma das vistas mais privilegiadas do Rio Meia Ponte, de onde os visitantes poderão conhecer o manancial. Porém, o que se pode avistar hoje são apenas a água turva e garrafas pet que flutuam pelo leito do rio, uma imagem que ilustra a degradação que faz do Meia Ponte o sétimo rio mais poluído do Brasil.

O processo de transformação da antiga Usina do Jaó já foi iniciado. Um requerimento foi encaminhado pelo vereador Fábio Tokarski (PCdoB) ao governador de Goiás, Alcides Rodrigues, solicitando uma nova destinação à casa de máquinas. No mesmo terreno, também funciona a Superintendência de Geologia e Mineração da Secretaria da Indústria e Comércio do Estado. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também foi acionado, com a finalidade de tombar o espaço como patrimônio histórico.

“Este aparelho público precisa ser revitalizado, para recuperar o caráter histórico da usina. Quando estiver em funcionamento, será um ponto de encontro da sociedade com o rio, pois não existem pontos de visitação, o que dificulta dimensionar a degradação do rio e a mobilização para preservá-lo. Uma escola que deseja mostrar o rio aos seus alunos tem de ficar sobre uma ponte, correndo perigo”, disse o vereador Fábio Tokarski, que também é coordenador do Fórum em Defesa do Rio Meia Ponte e idealizador do projeto.

Financiamento

Com a criação do Centro de Visitação e Museu do Rio Meia Ponte, o espaço receberá visitas monitoradas, inclusive de excursões escolares. A idéia é de que o espaço tenha uma concepção moderna, interativa, a exemplo do Museu da Lingua Portuguesa, de São Paulo. O local também abrigará sedes de entidades ambientais, como o Comitê de Bacia do Meia Ponte.

O aporte financeiro para viabilizar a construção do Centro de Visitação e Museu do Rio Meia Ponte sairá de emenda parlamentar ao orçamento da União. O responsável será o deputado Federal Pedro Wilson, que se comprometeu a destinar R$ 200 mil para revitalização da antiga Usina do Jaó. “Vamos tentar trazer de volta as turbinas que geravam eletricidade aqui. Elas foram transferidas para Dueré, no Tocantins. Se estiverem em desuso, vamos resgatá-las para instalação simbólica no museu”.

O investimento representará a concretização de um antigo projeto do superintendente de Geologia e Mineração da Secretaria da Indústria e Comércio do Estado de Goiás, Luiz Fernando Magalhães. Há oito anos ele tentou revitalizar o espaço, mas não conseguiu. “O resgate da estrutura da casa de máquinas da antiga hidrelétrica significa reconhecer o papel da água na história de Goiânia. Sem ela, a construção da Capital seria inviável”, disse.

Abraço

Cerca de 250 pessoas fizeram um abraço simbólico ao rio, durante a cerimônia de lançamento do Centro de Visitação e Museu do Meia Ponte. O gesto contou com a participação de estudantes e professores dos colégios estaduais do Jardim Guanabara e do Jardim das Aroeiras, dos vereadores Tiãozinho do Cais, Paulinho Graus, Agenor Mariano e Fábio Caixeta, dos presidentes do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-GO), Roberto Elias, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Goiás (Crea), Gerson Taguatinga, do Comitê de Bacia do rio Meia Ponte, Marcos Correntino.

Líderes comunitários do Conjunto Caiçara e do Jardim Dom Fernando também abraçaram o rio, que contribui para o abastecimento de água dos 37 municípios goianos que fazem parte da sua bacia, inclusive Goiânia. Vereadores de Inhumas também participaram do evento, assim como o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás (Semarh), Roberto Freire, e o diretor do site www.meiaponte.org, Ernesto Renovato, que ainda promoveu um passeio de caiaque pelo leito do manancial, além de servidores da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma).

Fonte: Alfredo Mergulhão (www.fabiotokarski.com.br)