PCdoB reafirma seu papel internacional em seminário no México

Crescente ano após ano – acompanhando a própria ampliação da esquerda em especial na América Latina – o seminário reuniu nesta edição mais de 800 pessoas – das quais 300 eram delegados internacionais – de 80 partidos e organizações políticas de todos os continentes.

O objetivo é aprofundar o estudo e o debate de temas importantes do contexto internacional sob a ótica dos partidos de esquerda, revolucionários e progressistas; para isso, além de dirigentes e militantes, as intervenções foram puxadas principalmente por especialistas, pesquisadores, intelectuais e lideranças dos movimentos sociais.

Durante os quatro dias, houve 91 intervenções que originaram falas de centenas de participantes. “Em termos de participação, este talvez seja o evento mais rico e plural da esquerda mundial. E o mais importante é que tem a predominância de posições revolucionárias, socialistas e comunistas”, destacou Ricardo Abreu “Alemão”.

Pelo Brasil, além do dirigente comunista, estiveram presentes Valter Pomar, do PT; Nilson Araújo, do Partido Pátria Livre e Pedro Fuentes, do PSol. Um dos pontos que refletiram a grande convergência de opiniões foi o apoio das organizações participantes aos países e partidos socialistas, nas figuras dos partidos comunistas de Cuba, China, Vietnã, além do Partido do Trabalho da Coreia. Também mereceu atenção o lançamento do livro “Os escritos de Ho Chi Min”, organizado pelo PT do México, em comemoração aos 120 anos de nascimento do líder vietnamita, dia 19 de maio.

Mas, o foco do evento girou em torno especialmente das questões envolvendo a situação da América Latina na atualidade, em especial no que diz respeito à crise do capitalismo e à formação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

No entanto, o que mais chamou atenção de Ricardo Abreu (na foto, ao centro) foi certa mudança de visão com relação ao governo Lula. “Antes havia muita dúvida e crítica quanto ao nosso processo político”, colocou. “Porém, os avanços do segundo mandato de Lula e, em especial a sua política externa e a sua alta popularidade, levaram a que, neste seminário, o cenário fosse muito mais positivo, refletindo maior confiança, apoio e reconhecimento tanto no que diz respeito à liderança do presidente quanto às conquistas do governo e ao papel da esquerda brasileira nesse processo”.

Alemão disse ainda que “a possibilidade de eleição de Dilma Rousseff foi bastante saudada por representar a continuidade e o aprofundamento do ciclo aberto em 2002”.

Diante do amplo apoio dos partidos estrangeiros e brasileiros ao atual governo, a intervenção crítica ao processo atual, feita pelo representante do PSol, ficou isolada tanto quanto o discurso do partido no cenário nacional.

Participação em GTs

O PCdoB ainda participou do Grupo de Trabalho que já começou a planejar o próximo evento, marcado para 17 a 19 de março de 2011, também na Cidade do México. “Tem sido crescente o papel do partido em grupos de trabalhos dos mais variados eventos internacionais”, disse, lembrando de, entre outros, o Fórum de São Paulo, o Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários e o próprio seminário do PT do México. “Isso demonstra reconhecimento ao papel do PCdoB em discussões de peso em nível internacional”, enfatizou.

No 15º Seminário, estarão em pauta o balanço e as perspectivas dos projetos de governos e de nação alternativos; a contra-ofensiva econômica, política e militar do imperialismo diante de tais processos; governos alternativos, Estado e construção do poder popular e temas de conjuntura a partir de estudos de casos, tais como os processos de integração, a segurança do hemisfério e as estratégias socialistas.

Da redação,
Priscila Lobregatte

Atualizada dia 21/03, às 15h