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2010 e o PCdoB-Pará: mesmo objetivo, nova estratégia

Retornei ao Pará neste 13 de março, convocado pela reunião do Comitê estadual do PCdoB, a primeira em 30 anos sem a presença de Neuton Miranda. Não pude comparecer ao velório dele; fui partilhar da tristeza mas, ao mesmo tempo, me irmanar com a combatividade reconhecida dos comunistas paraenses.

por Walter Sorentino*

Aliás, no Pará os comunistas têm histórias de superação. Desde os últimos 30 anos, não têm sido poucas as vicissitudes. Neuton foi um dos reorganizadores do PCdoB, ao lado de Neco Panzera — ainda hoje na direção partidária — e Paulo Fonteles, assassinado. Tal como João Canuto, Expedito Ribeiro, e tantos outros, na luta do povo por direitos e liberdade, de progresso para o Brasil.

O PCdoB tem história construída no Pará, o Pará sempre teve protagonismo nacional e, igualmente, o PCdoB na vida dos paraenses.
 
Não será diferente com o passamento de Neuton, conforme pude atestar. Desde o chamamento de “Quem morre lutando pelo progresso vai sempre servir ao propósito da vida” –justo registro acerca da vida e luta de Neuton–, até as decisões adotadas sobre os rumos políticos imediatos do partido, tudo aponta para superação, transformar tristeza em energia de afirmação do PCdoB.
 
O novo presidente estadual que assumiu, Érico, lembrou que os comunistas têm intensa atuação na luta pela reforma agrária, no movimento estudantil, na área sindical, comunitária e institucional. Dos 30 anos de presença de Neuton, quando se reorganizou o partido, 11 contaram com mandato federal e 14 com deputado estadual. Estão presentes com força na área da saúde, das mulheres, juventude, esporte, direitos humanos. Ganharam prêmio de melhor projeto federal de política pública, com o Serviço de Patrimônio da União (cujo dirigente era Neuton), dando titulação de terras a centenas de milhares de ribeirinhos; ocupa a secretaria de estado do esporte e lazer e também na de justiça.
 
Por tudo isso, o comitê estadual manteve o projeto de eleger o federal e de 1 a 2 estaduais, estes em chapa própria que soma 60 candidatos neste momento. Isso está posto como parte da luta por uma terceira vitória do povo com Dilma e reconduzir a brava Ana Júlia a mais um mandato de governadora, dando vitória a Dilma no Estado, conquistando ainda vagas ao senado em ampla união de forças, se possível.
 
Há um novo ponto luminoso no firmamento político-eleitoral do Pará. É Jorge Panzera, o atual secretário de esporte e lazer. Jovem, mas com larga trajetória, ele é um dos principais e mais conhecidos dirigentes comunistas do Estado. É nome que soma, por isso contou com o consenso ativo e unânime do Partido para reordenar o projeto eleitoral, recuperando as ligações estabelecidas por Neuton (que seria o candidato natural). E sua indicação já repercute no mundo político, porque não há candidatos jovens e o PCdoB tem força no movimento social par levá-lo à vitória, além a chapa estadual como suporte.
 
Uma clareza grande se estabeleceu no debate: os objetivos serão os mesmos que antes; muda a estratégia para alcançá-los; não dispersar o que já foi alcançado. Particularmente, fortalecer e ampliar ainda mais a chapa estadual, dando-lhe capilaridade em todo o Estado e frente sociais. E ser ofensivo quanto à projeção do PCdoB, repondo perspectivas em torno desse projeto. A propósito, nesta semana que se abre serão comemorados em praça pública os 88 anos do PCdoB, além de outdoors do partido em Belém e as inserções de TV a que têm direito.
 
A reunião recebeu uma mensagem da governadora Ana Júlia, por intermédio do Secretário da Casa Civil, Everaldo Martins, de apoio à parceria entre o governo e o PCdoB, com apoio público à candidatura de Jorge Panzera. O projeto do PCdoB é parte de um projeto maior, de fazer a vitória de Dilma e Ana Júlia no Estado.
 
De Belém
Por Walter Sorrentino, secretário nacional de Organização do PCdoB