Ceará é o primeiro a universalizar dois testes de HIV às grávidas

Reduzir a transmissão de aids da mãe para o bebê e, assim, diminuir a mortalidade infantil no Estado. Com esse foco bem definido, o Ceará faz história. É o primeiro Estado brasileiro a garantir para todas as gestantes, dos 184 municípios, dois testes de HIV.

Na última segunda-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), o Secretário da Saúde do Estado, João Ananias, marcou o início da realização dos testes de HIV. “Facilitando o acesso, garantindo os testes a cem por cento das gestantes, teremos diagnóstico e pré-natal de qualidade, com impacto na redução da mortalidade infantil”, disse João Ananias.

A representante do Unicef, Ana Márcia Diógenes, afirmou que “o Ceará enfrentou o desafio da universalização, com determinação, articulação, vontade política e serve de exemplo para todos os Estados. É um resultado que devemos multiplicar para proteção da saúde dos bebês e das mães”. Ela resgatou o início dessa história, quando a equipe do Unicef apresentou o desafio ao Governador do Estado, Cid Ferreira Gomes. “Ele foi rápido na mobilização e decisão. Agora estamos aqui, no Lacen, com orgulho de ver os primeiros resultados”, comemorou Ana Márcia Diógenes.

Para a garantia da universalização dos testes, o Governo do Estado, através da Secretaria da Saúde investiu, com recursos próprios, 1 milhão e 900 mil reais. A rede de seis laboratórios do Lacen foi estruturada e equipada para a realização dos testes, além da preparação dos profissionais. Mais dois laboratórios integram a rede de realização dos testes de HIV, o Centro de Especialidades Médicas José de Alencar, do município de Fortaleza, e o laboratório do município de Sobral.

Na rede estruturada dos oito laboratórios públicos, os testes de HIV serão feitos após a realização dos exames de sífilis nos municípios. Outro importante objetivo do plano de redução da mortalidade infantil é baixar o número de casos de sífilis congênita. Em 2009 foram notificados 576 casos, em 2008 o número de casos ficou em 521. Em 2007 foram notificados 451 casos da doença. Só para se ter uma ideia das causas, dos 451 casos de sífilis congênita notificados em 2007, 23% das mães não fizeram pré-natal, 56% não tiveram o diagnóstico de sífilis durante a gravidez e 71% não tiveram os parceiros tratados.

O Ceará é pródigo em avanços na saúde da criança. Desde janeiro de 2009 a realização de exames de DNA para comprovação de paternidade deixou de ser um problema das famílias. A Secretaria da Saúde investiu 1 milhão na aquisição do seqüenciador de DNA, no Lacen, e passou a garantir os exames. A fila de espera, com três mil famílias, acabou. “Saúde não se restringe a ausência de doenças. O bem estar da família também é saúde. É impossível ter saúde sem o direito à paternidade”, disse João Ananias.

Taxa de Mortalidade Infantil no Ceará (mil nascidos vivos)

2007: 16,1
2008: 15,8
2009: 15,4

Fonte: Blog do João Ananias