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Inácio destaca papel de Tancredo Neves na redemocratização

O Congresso Nacional realizou nesta quarta-feira (3) sessão especial para comemorar o centenário de nascimento de Tancredo Neves. Senadores e deputados revezaram-se na tribuna enaltecendo a personalidade de Tancredo, lembrando a trajetória política do mineiro de São João Del Rei, em especial sua participação no turbulento período que marcou o fim da ditadura militar e o processo de redemocratização do país. A  cantora Fafá de Belém entoou o Hino Nacional.

Durante a sessão, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) lembrou uma passagem histórica a respeito da votação da emenda das Diretas Já. Depois que a proposta de emenda à Constituição que restabelecia as eleições diretas para a Presidência da República não obteve os votos suficientes para ser aprovada pelo Congresso Nacional, os líderes do PCdoB João Amazonas e Haroldo Lima foram até Minas Gerais com a missão de tentar convencer o então governador daquele estado, Tancredo Neves, a disputar a Presidência da República no Colégio Eleitoral contra o candidato do PDS, Paulo Maluf.

Segundo o senador, Haroldo Lima argumentou que Tancredo não poderia se subtrair à responsabilidade de "liquidar o Colégio Eleitoral". E para que isso ocorresse, teria que vencer a disputa, pondo fim às eleições indiretas.

Inácio Arruda também explicou que a direção do PCdoB, partido que na época atuava na clandestinidade, defendia a tese de que a vitória de Tancredo no Colégio Eleitoral implicaria em mais liberdade, mais democracia e na convocação de uma Assembléia Constituinte.

“Tancredo Neves tinha assumido o compromisso de que os partidos políticos poderiam viver aberta e livremente no país. A União Nacional dos Estudantes não seria mais proscrita e voltaria a funcionar na legalidade. As centrais sindicais teriam atuação livre e os movimentos operários e populares não seriam perseguidos. Em busca desses ideais, o PCdoB se uniu a tantas figuras da política, da arte e da cultura”, recordou Inácio Arruda.

Tendo José Sarney como vice, Tancredo de Almeida Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985. Na véspera de tomar posse, em 14 de março daquele ano, Tancredo foi internado em estado grave e o vice-presidente José Sarney assumiu o cargo. Depois de ser submetido a sete cirurgias – duas realizadas em Brasília e outras cinco em São Paulo -, o político mineiro morreu, no dia 21 de abril de 1985, na capital paulista.

Da sucursal de Brasília