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Dilma diz que falar de vice é 'pôr carroça na frente dos bois'

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, evitou qualquer comentário sobre a possibilidade de o recém reeleito presidente do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), vir a ser o vice em uma chapa liderada por ela à Presidência da República. "Não ponho a carroça na frente dos bois", afirmou ela neste sábado, em entrevista coletiva antes de reunião com prefeitos paranaenses no campus da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Cotado para ser o indicado do PMDB em uma eventual chapa com Dilma, Temer se cacifou ao cargo neste sábado, ao ser reeleito presidente do partido.

Segundo a ministra, a questão somente será colocada quando os partidos tiverem discutido internamente. "Não posso discutir quem será vice ou deixará de ser em respeito ao PT. O PT vai fazer um congresso e, quando tiver um pré-candidato, será possível avançar, mas não tanto quanto alguns vão querer", disse, em uma referência ao IV Congresso Nacional do PT, que deve consagrar, no próximo dia 20, sua pré-candidatura à presidência. "É um processo de diálogo, as pessoas vão conversar e tudo tem seu tempo."

Em relação ao documento sobre as diretrizes do PT a ser discutido no congresso do partido, que prevê fortalecimento do Estado, a ministra destacou que há uma "relação virtuosa entre o papel do Estado e do setor privado". "O fundamentalismo que quer uma coisa ou outra está ultrapassado, foi enterrado pela crise financeira internacional", afirmou. Segundo ela, o que resultou claramente da crise é que "não é possível mais o fundamentalismo de que o Estado acabou e reina tranquilamente só o mercado".

De acordo com Dilma, se o Brasil não tivesse bancos públicos e um Estado fortalecido, a crise seria sentida de forma mais grave. "O setor privado teria sofrido de forma séria os efeitos da crise, teria demitido muitos trabalhadores", acentuou. "O Estado brasileiro segurou o setor automotivo." A ministra afirmou ainda que, hoje, "o setor privado não pode abrir mão do Estado", mas voltou a reforçar a necessidade de união entre os dois setores. "É a combinação que faz o Brasil sair da situação que estava em 2003 para sermos cotados hoje para ser a quinta potência (mundial)."

Fonte: Agência Estado