Cultura: Tambores de Alfaya estréia na cena baiana

A batida pungente da percussão baiana é referência em todo o mundo. Ídolos da música internacional, a exemplo de Paul Simon e Michael Jackson, vieram até Salvador para gravar com o Olodum. De origem africana e fortemente arraigada à cultura do estado, a popular batucada ganhou o aporte de mais um legítimo representante: os Tambores de Alfaya.

Idealizado pelo deputado estadual Javier Alfaya (PCdoB), o grupo musical estreou na cena baiana durante os festejos da tradicional Lavagem do Bonfim, no dia 14 de janeiro. Ritmando a caminhada de baianos e turistas da Conceição da Praia às escadarias da Igreja do Bonfim, os Tambores caíram nas graças do público. “Essa iniciativa constitui uma aspiração coletiva de intervenção cultural no calendário de festas do verão baiano”, destacou o deputado.

O grupo volta a entoar sua cadência na Festa de Yemanjá, dia 2 de fevereiro. Os tambores vão ocupar a praia da Paciência a partir das 11h. A presença também já está garantida na segunda-feira de Carnaval (15/2), junto com a Mudança do Garcia.

À frente do projeto, o maestro Bira Reis, diretor da oficina de música Kizumba, explica que a alcunha “alfaya”, de origem árabe, deriva da agricultura e significa semear. O instrumento é o principal tambor da roda de coco, da ciranda e do maracatu; e é justamente a fusão do ritmo tradicional de Pernambuco com o sagá, típico do Senegal, que dá o diferencial do grupo. “Tudo isso é fruto de um trabalho de pesquisa dos diversos ritmos africanos, num movimento apelidado de ‘fusion’”, explica Bira.

A parceria com Javier vem desde o Bloco carnavalesco Kizumba. “Javier sempre apoiou movimentos culturais na cidade”, atesta o maestro. Além dos tambores, o grupo conta com instrumentos de sopro e uma ala de dança. Os ensaios acontecem na sede própria – a Oficina de Investigação Musical -, no Pelourinho, as terças e quintas, 20h. A entrada é gratuita.

De Salvador,
Camila Jasmin