FSM: Abertura oficial reúne governo e movimentos sociais

No mesmo palco em que convergem os grandes eventos da cultura nacional e mundial, o Teatro Castro Alves de Salvador, representantes dos movimentos sociais e a autoridade máxima do poder Executivo local, o governador Jaques Wagner (PT), sentaram-se lado a lado para saudar, oficialmente, a realização do Fórum Social Mundial Temático da Bahia. “Esse diálogo é fundamental de duas partes que se completam, mas que são diferentes e podem ter unidade na diversidade”, afirmou o governador.

O discursou foi direcionado aos críticos da parceria firmada pelo Governo do Estado enquanto apoiador e um dos financiadores do FSMT-BA. “Eu creio que a convivência do Fórum com governos, principalmente com os que têm compromisso com o social, é muito importante, porque o governo também é uma conquista da sociedade. Então, não há porque ter nenhum tipo de preocupação pelo fato de que a gente ajuda o Fórum, da mesma forma que fazemos com diversos outros eventos”, pontuou Wagner.

É a primeira vez que o evento, este ano em sua 10ª edição, acontece na Bahia; fato. A experiência, inclusive, credencia o estado na disputa para sediar o Fórum Social Mundial em 2013. A idéia é consenso entre governo e movimento social e foi aplaudida pela platéia que encheu o TCA na noite desta sexta-feira (29/1).

O Fórum baiano também reforça o seu caráter de ineditismo pela participação, em condições paritárias, de um governo de caráter progressista em franco debate com atores sociais. O encontro, chamado Diálogos e Controvérsias, será realizado amanhã, às 9h, no Hotel Pestana, com a presença de Jaques Wagner e do ministro do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Patrus Ananias, representando o presidente Lula que, por questões de saúde, não pôde comparecer.

O debate converge com a bandeira fundamental do FSMT-BA, de construção de uma agenda política integrada de respostas à crise, em seus diferentes aspectos. Conceitos e ideais igualitários e desenvolvimentistas de redução das desigualdades, de avanço participativo de mulheres e negros dentro das esferas de poder, de inclusão produtiva, equilíbrio ambiental e mudança do perfil dos processos comerciais e econômicos despontam diante de uma nova configuração política do mundo pós-crise.

Na opinião do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB/BA, Adilson Araújo, este é justamente o momento dos movimentos sociais avançarem na construção do seu protagonismo. “Estamos confiantes de que esse Fórum precisa, sobretudo, aprofundar a discussão; mas apresentar uma perspectiva de ruptura com o modelo capitalista e de construção de uma agenda positiva, voltada à valorização do trabalho, ao desenvolvimento, à integração de povos e à defesa da soberania”, destacou Adilson.

De Salvador,
Camila Jasmin