Gráficos: Patrões negam dar mais que 4,11% de reajuste salarial

Na 8ª rodada de negociação com o Unigráfica, os patrões afirmaram que não vão avançar na proposta de reajuste salarial dos trabalhadores gráficos. Depois de negar todas as reivindicações da categoria, propor o fim do sábado livre, a implementação do banco de horas e oferecer apenas 3,60% de reajuste salarial, o patronato modificou o discurso na mesa de negociação. O alvo agora é o reajuste dos salários e a Contribuição Assistencial.

A comissão de Negociação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas no Estado do Ceará (Sintigrace) reduziu a proposta de reajuste salarial de 9,53%, para 8,50%, porém os patrões afirmam que as empresas não têm condições de dar um reajuste maior do que 4,11%, pois alegam que o ano de 2009 foi negativo para as indústrias gráficas e com um reajuste maior elas correriam o risco de “quebrar”. A comissão de negociação do nosso Sindicato acredita que a Unigráfica adotou uma postura política de desmoralização do Sindicato dos Trabalhadores.

Nesta rodada de negociação a comissão de negociação patronal, formada por Pedro Jorge da Gráfica Minerva, Fernando Antônio da Gráfica Tiprogresso e Eulálio Costa da Expressão Gráfica, não encontrou justificativas para as propostas que estavam apresentando.

Para a comissão de negociação do Sintigrace a comprovação que o Sindicato patronal vem tentando desmoralizar o sindicato e a categoria é que não existem justificativas técnicas ou econômicas que fundamentem a proposta patronal. “A economia está em crescimento, o salário mínimo aumentou 9,68%, e as categorias estão conseguindo aumento real em suas campanhas salariais”, declarou Rogério Andrade, presidente do Sintigrace.

Andrade também lembrou da frase de Fernando Antônio (Tiprogresso) na primeira rodada de negociação: “não dou porque sou escroto”. Para o presidente do Sintigrace, a postura demonstrada pelo representante da Tiprogresso deixa clara a intenção do patronato e o desrespeito que emprega aos seus funcionários.

A comissão de negociação achou por bem não marcar uma nova rodada de negociação por enquanto. É preciso ouvir a categoria e decidir com ela o que fazer. Por isso é preciso que o trabalhador dê sua opinião e comente sobre o que o Sindicato deve fazer diante da tentativa de desmoralização que o Sindicato patronal quer impor aos trabalhadores gráficos.

Para comparar

Algumas categorias com data-base em 1º de janeiro já fecharam suas campanhas salariais. Todas com aumento real acima da inflação. Comerciários: 7,75%; Trabalhadores em supermercados 7,80%; Asseio e Conservação 7%. Proposta dos patrões para os gráficos; 4,11%.

Fonte: Blog A Voz do Gráfico