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Donos de jornais criticam Conferência de Cultura; Fenaj reage

Os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo e Associação Brasileira de Emissoras de Radio e TV (Abert) atacaram o governo federal em editoriais e nota publicados nesta terça-feira (19). Eles criticam a 2ª Conferência Nacional de Cultura, que defende o controle social da mídia e a luta contra o monopólio nos meios de comunicação. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) respondeu as entidades patronais dizendo que eles contestam “tudo” que ameace o monopólio e oligopólio da mídia.

O presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade, diz que a “postura reacionária” contra qualquer proposta impede o avanço da democracia no País. O documento-base do encontro diz que o monopólio das empresas de comunicação no Brasil é uma ameaça à democracia e aos direitos humanos.

Andrade diz que as propostas não são novidades e estranha tantas manifestações contrárias ao documento. “Isso não é nada novo nos Estados Unidos e na Europa. A comunicação no Brasil se concentra nos Marinho, Mesquita, Frias, Sirotsky e o poder deles tem que ser questionado”.

Ele destaca que “são propostas para o debate, não são resoluções, mas eles já atacam. Essa postura reacionária impede o avanço democrático no Brasil”.

Sem controle

Para o Estadão, a 2ª Conferência Nacional de Cultura “foi concebida como parte de um amplo esforço de liquidação do Estado de Direito e de instalação, no Brasil, de um regime autoritário”.

“O documento defende ‘maior controle social’ sobre a gestão de rádios e TVs públicas. Mas ‘controle social’, em regimes sem liberdade de informação e de opinião, significa na prática o controle total exercido pelo pequeno grupo instalado no poder. Nenhum regime autoritário funcionou de outra forma”, diz o editorial “Nova investida contra a democracia”, do Estadão.

O jornal carioca afirma que grupos no governo Lula possuem a “ideia fixa” de “acabar com a liberdade de imprensa”. “Depois do contrabando liberticida incluído no ‘programa de direitos humanos’, e da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), virá mais uma investida antidemocrática, contra a imprensa (…). Trata-se da 2a Conferência Nacional de Cultura”.

Segundo o editorial intitulado “Ideia Fixa”, a conferência é apenas uma “encenação, pois apenas um lado é ouvido”, para “dar tinturas de legitimidade a propostas autoritárias de controle da mídia”.

Com informações do Comunique-se