Messias Pontes – Ministro Nelson Jobim é chantagista

Os setores mais reacionários da sociedade, em conluio com a grande mídia conservadora, venal e golpista não param um dia sequer de tramar contra a tenra democracia brasileira. Para tanto vivem a criar factóides e pseudas crises, ora com o Judiciário, ora com as Forças Armadas. Tudo isso vem acontecendo desde 2003 com a posse do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva na presidência da República.

E o principal arquiteto desses factóides e das pseudas crises é o Coisa Ruim (FHC). Este não se conforma por entrar para a história pela lata do lixo, considerado o pior presidente da história republicana, fato constatado por todos os institutos de pesquisa de opinião pública. Além do controle total da grande mídia conservadora, venal e golpista, o ex-sociólogo conta também com quadros influentes nos três Poderes. No Legislativo conta com tucanos, demos e os comunistas arrependidos; no Judiciário tem o irrestrito apoio do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes também conhecido por Gilmar Dantas.

Mas é no Poder Executivo que atualmente mora o mal maior, mais precisamente no Ministério da Defesa, cujo ministro, Nelson Jobim, é mais emplumado que qualquer tucano. Este, que já foi ministro da Justiça e líder do Coisa Ruim quando ministro do STF, nunca deveria ter sido indicado para importante pasta, tanto pelo seu capachismo quanto pela subserviência aos poderosos. Teleguiado pelo Coisa Ruim, Jobim causou grandes constrangimentos ao presidente Lula, e este errou por não tê-lo demitido sumariamente logo na primeira traição.

Quem não se lembra da palhaçada do “grampo telefônico” da conversa do presidente do STF com o senador Demóstenes Torres (DEMO-GO), cujo áudio nunca apareceu? Pois foi através dessa farsa que o presidente Lula foi induzido por Jobim ao erro de defenestrar o correto delegado federal Protógenes Queiroz – que presidiu com êxito a Operação Satiagraha que levou o maior bandido de colarinho branco à prisão, no caso Daniel Dantas – e “deportar” o diretor da Abin – Agência Brasileira de Inteligência – Paulo Lacerda.

Jobim jurava que os dois eram os responsáveis pelo “grampo”, foi desmascarado e não teve a hombridade de pedir exoneração do cargo. Foi aí que o presidente Lula perdeu a grande oportunidade de se ver livre desse quinta coluna a serviço do Coisa Ruim e do que há de mais retrógrado neste País.

Agora, mais uma vez, Jobim aparece no epicentro de uma “crise militar”, chantageando o Presidente com a ameaça de demissão, juntamente com os três comandantes militares, caso não seja revogado ou modificado o decreto presidencial criando a terceira etapa do Programa Nacional de Direitos Humanos e instituindo uma Comissão de Verdade para investigar e reconstruir episódios de violação aos direitos humanos durante a ditadura militar.

Como superior hierárquico dos comandantes das três armas, o ministro da Defesa deveria enquadrá-los nas normas constitucionais e exigir fidelidade à verdade e não alimentar o sentimento de revolta e até de ódio contra o ministro Paulo Vanucchi e os verdadeiros democratas.

O ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, com coragem e patriotismo tem honrado o cargo que ocupa e por isso mesmo tem recebido o irrestrito e incondicional apoio de todos as entidades de defesa dos direitos humanos tanto no Brasil quanto no exterior. Ele apenas expressa a posição assumida da maioria, como aconteceu durante a última conferência nacional de Direitos Humanos,quando a posição de se criar uma Comissão Nacional de Verdade e Justiça foi tomada por 29 dos 31 participantes, dois dos quais representantes do Ministério da Defesa que votaram contra.

Todas as informações levadas a público pela grande mídia conservadora, venal e golpista são falsas. Isto porque o PNDH-3 mexe nos interesses dos latifundiários, do baronato da mídia e das oligarquias conservadoras, e desagrada as viúvas da ditadura militar. Essa gente, como o demotucanato, defende democracia sem povo e tem pavor à verdade e à justiça.

Os colonistas e todos os jornalistas amestrados condenam o decreto presidencial de 21 de dezembro último porque receberam ordens para tal. Nenhum deles leu o decreto na íntegra – são mais de 200 páginas. Esses colonizados e amestrados, cretinamente, justificam e defendem os hediondos crimes praticados pelos animais fardados durante os longos 21 anos da ditadura militar, verdadeira tragédia nacional.

Para esses profissionais da desinformação, a prisão ilegal, as mais bárbaras torturas como o afogamento, o pau-de-arara, os choques elétricos, o esmagamento de testículos, a queima de mamilos e clitóris de mulheres muitas vezes na frente dos maridos; o estupro, o assassinato, a ocultação de cadáveres e o sumiço de documentos públicos não são crimes hediondos, portanto imprescritíveis.

A Folha de São Paulo, que no período mais nebuloso emprestava suas camionetes para transportar presos políticos para serem torturados nos órgãos de repressão como os famigerados DOI-CODI, Operação Bandeirantes e Deops, em editorial defendeu a ditadura chamando-a de ditabranda, fato condenado pela consciência democrática brasileira e mundial e até mesmo pelo ombudsman do próprio jornal.

Tudo isso está relacionado com as eleições de outubro próximo. Esses crápulas, legítimos herdeiros da canalha da UDN, estão desesperados porque sabem que no voto não retornarão ao centro do poder político. Portanto, é preciso criar factóides e fabricar crises incessantemente, pois não é fácil derrotar quem tem mais de 80% de aceitação – mais de 90% no Nordeste.

O objetivo é desgastar o presidente Lula e detonar a candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff. Mas como diz a sabedoria popular, é mais fácil pegar um mentiroso que um coxo. A maioria dos brasileiros saberá dar o troco a essa gente garantindo o terceiro mandato de Lula com Dilma Rousseff.

Messias Pontes é jornalista e colaborador do Vermelho/CE

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