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Bienal de Dança do Ceará em Cabo Verde amplia relações sul-sul

Uma celebração! É como o diretor da Bienal de Dança do Ceará, David Linhares, define o projeto Conexão Cabo Verde, iniciativa para ampliar relações com países do hemisfério sul. Será uma turnê de 92 artistas do Ceará, Minas Gerais e São Paulo por Cabo Verde, no período de 19 a 23 de janeiro. Durante os cinco dias, serão apresentados 31 espetáculos, sendo 14 brasileiros e 11 caboverdianos, e realizados cursos, oficinas e palestras.

Para David Linhares, será algo inédito, uma vez que o festival vai a outro país para estabelecer novas relações com descendentes de nossos ancestrais. “Não é uma relação colonizadora. Não vamos para provar nada. Será um momento de encontro, de troca”, diz.

A diversidade de propostas brasileiras e caboverdianas formará um rico painel com expressões de contextos distintos. Da dança contemporânea e hip hop a manifestações da tradição caboverdiana, será um encontro de gêneros e gerações.

No programa, constam ações de formação como o curso de Linguagem e Realização em Vídeo-dança e a palestra Corpo e Imagem, ministrado por Alexandre Veras e Andréa Bardawil (Ceará/Brasil), idealizadores do Programa de TV Terceira Margem. Outra palestra programada intitula-se Políticas Públicas para dança, com Leonel Brum, coordenador de Dança da Fundação Nacional de Artes – Funarte (Rio de Janeiro/Brasil).

Como forma de compartilhar práticas e pensamentos artísticos, a coreógrafa Silvia Moura, diretora do Centro de Experimentações em Movimentos (CEM), e o diretor da Paracuru Cia. de Dança Flávio Sampaio realizarão oficinas nas comunidades caboverdianas. Haverá, ainda, a edição de Os Bons Encontros, oportunidade em que artistas que se apresentaram na noite anterior conversam com o público sobre seus processos criativos.

Para Carlos Antonio, diretor geral do Grupo N Infinito (N ∞), que levará o espetáculo “Diferente Olhar Infinito”, a ida do festival a Cabo Verde é mais uma conquista da arte da dança do Ceará. Essa produção do grupo se destaca por ser voltado para o público infanto juvenil, o que é raro no universo da dança hoje no País. É baseado no livro “A rabeca do Cego Oliveira” e mescla referências regionais e universais. Em cena há, por exemplo, um boneco que mistura influências do Cego Oliveira e do dançarino Fred Astaire. Na trilha sonora, música de rabeca, Secos e Molhados e Bach.

Fonte: Agência da Boa Notícia