BA: Conselho Político faz balanço positivo do governo Wagner

Em sua última reunião do ano, na segunda-feira (28/12), o Conselho Político do governo Jaques Wagner (PT) debruçou-se sobre os últimos três anos da gestão petista na Bahia e aproveitou para traçar metas para 2010, quando da corrida eleitoral para o Palácio de Ondina. O encontro, que durou mais de três horas, reuniu representantes do PT e partidos aliados – PCdoB, PSB, PP e PDT -, além do próprio governador.

A democratização da ação do estado, ou o chamado “novo jeito de governar”, foi um dos pontos mais elogiados. “A Bahia está percebendo que o governo está mais preocupado com as pessoas que mais precisam do estado, o que se expressa em programas como o Água para Todos e o Todos pela Alfabetização”, opinou o deputado federal e presidente do PCdoB-BA, Daniel Almeida. A parceria com o governo federal, especialmente nas áreas da indústria e infra-estrutura, a exemplo da ampliação da Ford e da atração de novos investimentos, também foi destacada.

Os números atestam a avaliação. Em 2009, o governo federal repassou cerca de R$ 7 bilhões ao estado por meio do Orçamento Geral da União. O montante representa um acréscimo de 95% em relação a 2006; último ano do governo Paulo Souto. “Ao longo desses três anos, no comparativo com governo anterior, o saldo é positivo e vantajoso em todas as áreas”, afirmou Almeida.

Em se tratando da geração de empregos, os mais de 75 mil novos postos formais de trabalho acumulados até novembro põe fim às polêmicas. A taxa recorde assinala o melhor resultado anual obtido na Bahia desde que a pesquisa do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foi criada, em 1992. Somente no último mês, foram criados mais de 13,2 mil novos postos de trabalho no estado, alçando a Bahia ao posto de líder na geração de empregos em toda a região nordeste. “Os dados são um reflexo da retomada da atividade econômica e mostra o grande fôlego que o governo teve mesmo diante da crise”, declarou o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nilton Vasconcelos.

De fato, ao longo dos últimos cinco anos, o melhor índice para o mês de novembro chegou a 1/3 do registrado em 2009 e, ano passado, o saldo foi negativo. A retomada da atividade industrial foi a grande alavanca para o crescimento, ao lado do setor de serviços e comércio, além da construção civil, que manteve índices positivos em todos os meses. “A expectativa é fechar o ano com saldo de 70 mil novos empregos, levando-se em conta a tradição de um dezembro negativo, seguindo a lógica de redução das vagas temporárias”, projetou Vasconcelos.

Para o próximo ano, o governo já conta com os anunciados investimentos do complexo Ford, em Camaçari (na ordem de R$ 2,4 bi), os recursos preliminares relacionados à construção da Ferrovia Leste-Oeste e os ligados à Copa – especialmente em relação ao novo estádio, mobilidade urbana e hotelaria -, totalizando cerca de R$ 79 bilhões de capital exclusivamente privado e com perspectiva de geração de até 120 mil empregos.

Planos para 2010

Manter o ritmo de ação do governo, com possibilidades de ampliação diante de um cenário pós-crise, desponta como meta primordial para 2010, ano eleitoral . “A idéia é dar continuidade ao projeto político e manter a base unida para fazer a disputa eleitoral”, informou Daniel Almeida.

De incentivo, os governistas contam com a última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta (25/12), que avaliou Jaques Wagner como o sexto melhor governador do país entre dez capitais. O estudo endossa o anterior, do mesmo Instituto, no qual os dados davam conta de uma possível vitória de Wagner já em primeiro turno. “Lógico que é positivo ter uma pesquisa que confirma aquilo que as pessoas que estão no governo percebem, e que a sociedade também está percebendo, mas isso não deve ser elemento que dê conforto ou seja definidor da disputa eleitoral. Serve apenas como estímulo para trabalhar mais”, enfatizou Almeida.

De Salvador,
Camila Jasmin