Campanha de combate ao extermínio de jovens prorroga atividades

A Campanha "Quero Viver", em veiculação deste o último mês de Setembro, foi prorrogada até Janeiro de 2010, para dar continuidade às atividades e fortalecer o movimento de combate o extermínio da juventude na capital cearense, Fortaleza.

A iniciativa vem realizando diversas ações para combater as mais diferentes formas de violência que atingem, principalmente, os jovens da periferia. Segundo Rafael Mesquita, Coordenador de Comunicação do Instituto de Juventude Contemporânea (IJC), o motivo da prorrogação das atividades é a possibilidade de realizar outras atividades comunitárias como caminhadas, palestras e eventos culturais. Cerca de trezentos jovens estão mobilizados na campanha.

Das atividades já realizadas, Rafael destaca as manifestações dos jovens. "É assustadora a impressão que esses jovens passam sobre a violência", diz. "Nós estamos descobrindo os tipos de violência que esses jovens vivem em Fortaleza". Um dos exemplos é a repressão policial que chega a tirar um jovem negro de dentro da sala de aula.

De acordo com estatísticas divulgadas durante o Seminário "Políticas Públicas de Juventude: em favor da vida, contra o genocídio da juventude negra", realizado em Brasília, as principais vítimas dos homicídios praticados com armas de fogo no Brasil são jovens negros com idade entre 17 e 23 anos.

O Coordenador da Campanha diz que nos Pontos de Encontro, uma das atividades da campanha, foi possível reunir algumas autoridades para discutirem a questão da violência contra os jovens. "Nós enviamos a cartilha da juventude para as autoridades locais". "Queremos sensibilizar a sociedade para esse problema que a juventude enfrenta. O poder público tem que acordar para essa questão", enfatiza.

Segundo Rafael, em janeiro deve acontecer um evento com a imprensa para promover a ação "Direito de resposta da Juventude". Neste evento, explica, eles pretendem levar os jovens vítimas da violência e os criminalizados para se defenderem da apresentação negativa que é feita pela mídia, como os programas policiais, por exemplo.

Para o coordenador, os jovens não podem ser tão expostos em programas policiais, principalmente quando a televisão mostra as vítimas de assassinato. Ele critica ainda a promoção do Toque de Recolher e da Redução da Maioridade Penal. "Essas ideias são tão difundidas que a sociedade acaba absorvendo sem nem compreender direito", declara.

"A gente quer que Fortaleza compreenda que o jovem não é o autor principal da violência. Ele é também uma vítima", apela Rafael, em especial, para o Governo do Estado.

Mais informações: www.ijc.org.br

Fonte: Adital