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Azenha: Conferência de Comunicação "rompe com a panelinha"

Fiz várias palestras preparatórias para a Conferência Nacional de Comunicação. Na etapa paulista, me inscrevi como microempresário, produtor de conteúdos — o que faço para a TV Record e a Baboon Filmes. Infelizmente, por motivos profissionais, não pude integrar a lista de delegados paulistas. Mas me sinto representado em Brasília pelo Rodrigo Vianna.

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Vi o Mundo

Desde lá de trás, quando muita gente se dizia desconfiado da conferência, eu dizia: não adianta esperar milagre. Como, de fato, não haverá milagre. O importante, sempre acreditei, está no processo. No engajamento de alguns milhares de brasileiros — 10, 20, 30 mil? —, que não são empresários do ramo, nem jornalistas, em um debate nacional sobre a comunicação no país. E, antes mesmo da Confecom, vi isso nas palestras: o público era variado.

Mais gente poderia ter se engajado? Com certeza, sim. Houve problemas na convocação da Confecom? Sim. Mas não tem preço esse processo de mobilização: ele rompe com a panelinha que sempre decidiu nos bastidores, sem qualquer consulta ao público, todas as questões relativas à comunicação no Brasil. Daí a decisão de grande parte dos empresários de se retirar da conferência. Aparentemente, eles ainda acreditam que é possível fazer retroceder o processo. Sinceramente, não sei como pretendem fazer isso.

Continuo achando que não haverá milagres. Que é preciso trabalhar com uma agenda mínima, na qual eu incluiria a dispersão das verbas oficiais de publicidade para incentivar as rádios e TVs comunitárias e uma rede nacional de banda larga integrada a um esforço para a produção de conteúdos locais. E que, se cada um de nós trabalhar para trazer mais uma pessoa para o debate, em alguns anos atingiremos a massa crítica necessária a aprofundar as mudanças.